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João Maltez sempre ouviu rumores e pequenas referências familiares que mencionavam que o seu bisavô, de seu nome José Augusto da Rocha, tinha sido combatente da Grande Guerra. Como em tantas famílias portuguesas, ou por ser um tema difícil ou pelo tempo já passado, não se falava muito no assunto, o que deixou João Maltez intrigado e ainda mais curioso, mas sem dados que pudesse usar para corroborar as suas desconfianças. Este é o resultado do seu processo de descoberta sobre a vida do seu bisavô. Uma viagem pessoal que levou João Maltez a descobrir um pouco mais sobre outra viagem, feita há quase 100 anos, de um jovem rapaz português rumo às terras distantes de França. 
Maria Madalena Dias Marques Contente veio aos Dias da Memória na Assembleia da República com o claro desejo de recordar o seu avô materno, Francisco Dias Júnior, ao qual ouviu, enquanto criança, as histórias que o mesmo contava sobre a sua ida a uma antiga guerra, já longínqua, soando a aventura e desconhecido. Com o avançar da entrevista, viria a referir que Francisco não foi à guerra sozinho. Na sua família também o irmão António foi enviado para combater na grande conflagração mundial. Esta é a história e a memória das suas próprias memórias de infância.
Ao constatar que iria ter lugar na Assembleia da República um Collection Day dedicado à Grande Guerra, ao jeito dos que a Europeana 14 – 18 organizava em outras grandes capitais europeias, Jonathan Weightman não teve dúvidas sobre o que deveria fazer. Agarrou nos papéis onde tinha já descoberto informação sobre o seu avô materno, nas fotografias em que o podemos ver fardado e na companhia dos seus camaradas, e veio até nós, para poder contar a história deste oficial escocês que foi um dos elementos de ligação entre o British Expedicionary Force e o CEP. Tal papel levou-o a conviver com os soldados portugueses – e a guardar fortes recordações para o resto da sua vida.
Maria Anália Rosário Gomes veio aos Dias da Memória falar de Francisco Lopes Parreira, combatente na Primeira Guerra Mundial. Tendo descoberto esta iniciativa através do seu filho, dirigiu-se à Assembleia da República para evocar o avô materno, do qual se recorda desde tenra idade, não só pelo afecto que lhe tinha, mas igualmente pelas histórias que ele contava. Decidida a que não caísse no esquecimento, trouxe até ao nosso projecto uma cópia do seu cartão de sócio da Liga dos Combatentes, obtido através do núcleo da Liga em Santarém, pois não possui o seu original. Mas ainda tem esperança de encontrá-lo. E, vindo até nós, permitiu-nos assim que registássemos as suas memórias, que se mesclam com as pertencentes a Francisco, bem como com a própria memória colectiva que Portugal ainda tem da Grande Guerra.
Hugo Daniel Oliveira necessitava de ajuda na pesquisa que fazia sobre o seu bisavô. Recorrendo ao nosso Memórias da Primeira Guerra Mundial, no Facebook, pudemos ajudá-lo a descobrir a ficha individual do combatente Joaquim de Oliveira, que sabia ter estado em França nos anos da participação portuguesa na Grande Guerra. Dele, uma fotografia. A qual podemos agora contextualizar, pois descobrimos e compreendemos melhor, com a informação obtida em arquivo, os passos dados na Frente Ocidental por este chauffeur da Grande Guerra.
A mãe de Ângelo Queiroz da Fonseca faleceu em 2013 com 102 anos, idade que lhe permitiu recordar, durante largos e bons anos, a vida e a história do seu pai, Evaristo Augusto Duarte Geral, que esteve em África e em França durante a Grande Guerra. Em memória de ambos, Ângelo trouxe aos Dias da Memória na Assembleia da República o que sabia deste médico-militar, que de África viria para Portugal, para fazer parte do Serviço de Saúde do Corpo Expedicionário Português. E trazia ainda consigo a esperança de poder saber um pouco mais, imbuído do espírito de partilha que tanto procuramos nos Dias da Memória. Esta é, pois, a sua história e a de seu avô materno. 
Seu irmão faleceu a 9 de Abril de 1918, marcando para sempre a história familiar com aquele dia fatídico. Para José Diogo da Fonseca Guerreiro, participar na Grande Guerra simbolizaria igualmente encetar um caminho repleto de dor e sofrimento. A sua sobrinha, Maria Eduarda, acompanhada da nora, Rosarinho Rodrigues, decidiu visitar-nos nos Dias da Memória na Assembleia da República. Com ela trazia várias histórias de família e, entre elas, a de José Diogo, ou a memória de um médico que nunca falou na guerra. 
África, mais propriamente Moçambique, é o palco da história que agora trazemos, e que recorda o avô de Maria Fernanda Dias de Azeredo Bettencourt. Combatente na zona de Quionga durante a Grande Guerra, Eduardo Augusto Sousa Dias viria a falecer demasiado novo para deixar histórias aos seus filhos pequenos. Contudo, através de algumas anotações e fotografias, conseguimos agora recordar um militar de carreira, louvado pelo seu trabalho na Frente Africana. 
Por intermédio de um contacto efectuado pela Divisão de Cultura, Património e Museus da Câmara Municipal de Tavira, chegou ao nosso projecto a história de um neto de um combatente, Rui Reis, que, orgulhoso do percurso do seu avô na Grande Guerra, gostaria de partilhar connosco a sua história e memória. Partilhar com a nossa equipa é partilhar com todos os que nos lêem e sentem empatia pela procura de conhecimento que efectuamos dia-a-dia. E assim nos chegou a história da presença em França de Armando Cardoso dos Reis. Ali esteve entre 1917 e 1919, ali casou e dali retornou para uma vida cheia, dividida entre os meandros militares e os civis. Esta é a memória da sua presença no conflito.