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Rui Pedro de Almeida Soares visitou os Dias da Memória na Assembleia da República, e com ele trouxe objectos familiares e memórias de outros tempos. Resgatámos a figura de Luiz Marques Pinto, soldado do Corpo Expedicionário Português, da unidade denominada Corpo de Artilharia Pesada, conhecida igualmente como CAP. A sua viagem, ainda tão desconhecida, e as suas memórias, trazemo-las agora aqui. Para que assim nos possamos recordarmos de mais um ilustre desconhecido português.
José Teixeira Jacinto soube bem o que foi partir para África, conheceu-lhe os perigos, descobriu as suas incapacidades e o heroísmo que por vezes carregamos dentro. O seu neto, o coronel Armando Jacinto, partilha agora a sua história e a sua memória nos Dias da Memória. E a Câmara Municipal de Espinho, parceira do projecto Portugal 1914 – 1918, enviou-nos a sua fotografia. Para que a memória dos munícipes que foram à guerra não se perca em meio às evocações que agora se fazem mundialmente. 
Joaquim Diogo Correia nunca esqueceria a sua participação na Grande Guerra. Combatente português na Frente Ocidental, não seria apenas mais um soldado, a combater uma guerra incompreensivel. Joaquim passaria pelo cativeiro de guerra, sentiria a suprema incerteza e angústia, temeria pela sua integridade e duvidaria do seu regresso. Esta é a história de Joaquim Diogo Correia, trazida a nós pela sua neta, Ana Maria Paiva Morão, no contexto dos Dias da Memória. E que histórias mais teremos nós para contar, recordando combatentes e vidas como as do seu avô.
Nos Dias da Memória a Assembleia da República e o Instituto de História Contemporânea não receberam apenas contribuições particulares e familiares. Também as instituições quiseram marcar presença num evento inédito em Portugal. Assim sucedeu com a Liga dos Combatentes, que através do Dr. Ricardo Varandas, em representação do Sr. Presidente da Liga dos Combatentes, General Joaquim Chito Rodrigues, fez chegar até nós 34 cadernetas de combatentes portugueses da Grande Guerram, que estiveram presentes nos teatros de operações africano e francês. 
Tomás Wylie Fernandes foi um capitão de artilharia português que desempenhou importantes funções durante a primeira guerra e esteve presente em momentos chave do conflito. Foi um dos representantes portugueses nas negociações da entrada de Portugal na guerra e parte integrante da delegação portuguesa na Conferência de Versalhes. Para lá disso privou com figuras de destaque, como João Chagas, Norton de Matos e o general inglês Barnardiston. O contributo da sua história e memórias que nos foram trazidas pelo seu neto, o embaixador Manuel Tomás Fernandes Pereira, é precioso para a reconstituição de uma guerra que, também para Portugal, se passou em gabinetes e requereu muita diplomacia, ajudando-nos a reconstituir a guerra para lá das trincheiras.

Na Grande Guerra, entre os que a protagonizaram, viveram, experienciaram, como em qualquer guerra ou conflito, temos muitos anónimos e alguns sobrenomes mais sonantes ou conhecidos. Neste caso, a identificação é rigorosa e a identificação imediata. Bernardino Machado. Recordamo-nos logo de Bernardino Luís Machado Guimarães, sucessor de Teófilo de Braga na presidência da jovem república portuguesa. Mas não nos referimos aqui ao mesmo cidadão, ao republicano, professor universitário, político, pese embora se trate de alguém com um vínculo directo ao 3º Presidente da República Portuguesa. Esta é a história do seu filho, Bernardino Machado, contada por quem tão bem a conhece, seu sobrinho, Manuel Machado Sá Marques, que amavelmente partilha connosco um pouco da história da sua família. 

Carlos Ribeiro decidiu contar-nos a história do seu tio-avô, o «Tio Bispo», D. António Manuel Pereira Ribeiro, padrinho do seu pai, e que em 1956 se terá deslocado a Viana para casar o mesmo com sua mãe. Faleceria pouco tempo depois. D. António foi Bispo do Funchal e, para além de uma vida dedicada a Deus e aos seus fiéis, presidiu igualmente ao funeral de Carlos I da Áustria e IV da Hungría, último imperador da Áustria, Rei da Hungria e da Boêmia entre 1916 e 1918. Este viria a falecer em 1922 no Funchal, onde se encontrava exilado. Carlos Ribeiro recorda-nos assim a história de alguém que viveu de longe a Grande Guerra, mas não longe o suficiente para não sofrer com o destino do Homem, tendo perdido o seu irmão Luíz Gonzaga do Carmo Pereira Ribeiro a 9 de Abril, visto a sua amada Funchal bombardeada pelos alemães, e cumprido tão importante papel no rescaldo do conflito, alguns anos depois.
Manuel Mesquita já aqui recordou o seu avô, que é ainda pessoa amada e estimada na memória familiar... Mas de José Luís dos Santos, quase nada se sabia. José Luís dos Santos, familiar distante, não tem hoje mais ninguém que o conheça, que dele saiba, que dele se recorde... Ou assim parece. Razão pela qual Manuel resolveu recordá-lo também, contando-nos um pouco sobre a vida deste combatente que, como muitos, foi atirado para o anónimato e para o mais puro dos esquecimentos...
Maria Manuel de Paiva Fragoso e Almeida Perdigão trouxe até nós uma história magnífica de um corajoso médico militar, cuja responsabilidade foi além da simples guerra, tendo sido peça essencial da profilaxia de uma doença assustadora, a Doença do Sono, para a qual se procurou uma cura durante a grande conflagração. Siga-se agora esse caminho, que o levou a Angola, terra que se tornou tão sua e na qual viria a falecer em 1928. Escutemos os ecos da vida do Dr. Manuel Nascimento de Almeida, avô de Maria, e que agora recordamos com o pouco que se sabe de um importante médico, que desenvolveu o seu trabalho no contexto da Primeira Guerra Mundial.