A Câmara Municipal de Espinho editou, em Outubro de 2010, a obra "A Coluna do Lago Niassa - 1.ª Grande Guerra em Moçambique", coordenada pelo Coronel Armando Jacinto, o qual reuniu em livro as memórias de seu avô materno, o Alferes José Teixeira Jacinto, Comandante da 2.ª Companhia Indígena da Beira e Provisor da Coluna do Lago Niassa nas Campanhas da África Oriental Portuguesa nos anos de 1917/18 contra os Alemães. Armando Jacinto visitou-nos nos Dias da Memória. Com ele trazia a história do seu avô para nos contar, que se reflectiu naquela obra, naquelas páginas, para que também nós soubessemos quem foi este bravo combatente.
O alferes Jacinto é o actor destas histórias, presente nesse "teatro de guerra", no Norte de Moçambique, à frente da Companhia Indígena da Beira, destacada para os Montes Macolos, a mais de 450 km do Destacamento de Nanguar, de quem dependia. Seu neto refere que o mesmo partiu para a guerra em 1917, com pouco mais de 30 anos. Militar de carreira, África era mais um passo, e mais uma forma de honrar o seu país e a carreira que tinha escolhido. Habitando à época no Porto, voluntariou-se para ir para Moçambique. E assim foi.
Acabada a guerra, não regressou imediatamente. África ficara-lhe no sangue. Em 1921, refere Armando Jacinto, foi convidado para comandar um corpo de polícia no Niassa. E, se nada parece ter contado sobre os tempos que viveu a combater o alemão, o seu neto descobriu as memórias, agora publicadas, no ano de 2006, anotadas em 200 páginas enfiadas dentro de um gavetão, que ele próprio leu e transcreveu, para depois publicar. Pelas palavras do alferes Jacinto, seu neto conseguiu saber tudo o que se passou com ele.
Armando Jacinto refere mesmo que o avô não podia ter sido mais exacto. As memórias contam factos vários, como por exemplo a entrada por Milanje, quando fizeram 879 km a pé, ao longo de 202 dias. Não havia estradas, nem caminhos, nem automóveis. Tudo quanto levavam, e que abasteceria os 3000 homens, foi transportado à cabeça e dorso dos carregadores africanos. Sem eles não conseguiriam chegar ao destino. Contudo, não tinham comida de forma permanente, a comida era usada e necessitava ser requisitada, demorando um mês a alcança-los. E enquanto isso havia a espera, pois nada se sabia, não havia telefone, nem telégrafo, nem qualquer outro tipo de contacto com as povoações ou cidades, e muito menos com a metrópole. Assim sendo, as ordens eram dadas por escrito e mandadas por meia dúzia de indivíduos armados. Os pobres homens andavam assim abandonados por África.
A coragem e bravura do avô, o alferes Jacinto, que é o autor real do livro, tal como refere seu neto, levou a que o Governo Português o condecorasse, a título póstumo, com o Grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada, em cerimónia realizada em Espinho no dia 5 de Dezembro de 1945.Esse foi o reconhecimento da época. Agora, o seu neto, também ele militar de carreira, continua a perpetuar as suas palavras, a sua memória, a sua experiência de vida, para que nada do que estes soldados passaram em África caia agora em esquecimento.
O alferes Jacinto é o actor destas histórias, presente nesse "teatro de guerra", no Norte de Moçambique, à frente da Companhia Indígena da Beira, destacada para os Montes Macolos, a mais de 450 km do Destacamento de Nanguar, de quem dependia. Seu neto refere que o mesmo partiu para a guerra em 1917, com pouco mais de 30 anos. Militar de carreira, África era mais um passo, e mais uma forma de honrar o seu país e a carreira que tinha escolhido. Habitando à época no Porto, voluntariou-se para ir para Moçambique. E assim foi.
Acabada a guerra, não regressou imediatamente. África ficara-lhe no sangue. Em 1921, refere Armando Jacinto, foi convidado para comandar um corpo de polícia no Niassa. E, se nada parece ter contado sobre os tempos que viveu a combater o alemão, o seu neto descobriu as memórias, agora publicadas, no ano de 2006, anotadas em 200 páginas enfiadas dentro de um gavetão, que ele próprio leu e transcreveu, para depois publicar. Pelas palavras do alferes Jacinto, seu neto conseguiu saber tudo o que se passou com ele.
Armando Jacinto refere mesmo que o avô não podia ter sido mais exacto. As memórias contam factos vários, como por exemplo a entrada por Milanje, quando fizeram 879 km a pé, ao longo de 202 dias. Não havia estradas, nem caminhos, nem automóveis. Tudo quanto levavam, e que abasteceria os 3000 homens, foi transportado à cabeça e dorso dos carregadores africanos. Sem eles não conseguiriam chegar ao destino. Contudo, não tinham comida de forma permanente, a comida era usada e necessitava ser requisitada, demorando um mês a alcança-los. E enquanto isso havia a espera, pois nada se sabia, não havia telefone, nem telégrafo, nem qualquer outro tipo de contacto com as povoações ou cidades, e muito menos com a metrópole. Assim sendo, as ordens eram dadas por escrito e mandadas por meia dúzia de indivíduos armados. Os pobres homens andavam assim abandonados por África.
A coragem e bravura do avô, o alferes Jacinto, que é o autor real do livro, tal como refere seu neto, levou a que o Governo Português o condecorasse, a título póstumo, com o Grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada, em cerimónia realizada em Espinho no dia 5 de Dezembro de 1945.Esse foi o reconhecimento da época. Agora, o seu neto, também ele militar de carreira, continua a perpetuar as suas palavras, a sua memória, a sua experiência de vida, para que nada do que estes soldados passaram em África caia agora em esquecimento.
Comentários