Evaristo Augusto Duarte Geral não foi apenas médico em França. O seu percurso como médico militar iniciou-se em África, passando depois para a Frente Ocidental enquanto médico pertencente ao Serviço de Saúde do CEP. A filha recordava algumas histórias da vida de seu pai, contando-a aos seus, mas os registos documentais são poucos.
A vida militar de Evaristo Augusto ter-se-á iniciado antes mesmo de frequentar Medicina, sendo que o seu neto encontrou registos dele em Coimbra e no Porto, pese embora tenha também descoberto que o mesmo frequentou e terminou o curso na Escola Médico-cirúrgica em Lisboa, em 1906. Ali presidiria à Tuna Académica, o que Ângelo Queiroz escutou de sua mãe e veio mesmo a confirmar. Assim, será na Capital que se forma em Medicina, com a especialidade de Cirurgia Ocular.
Mal termina o curso, e ainda em 1907, será promovido a Alferes. Contudo, fazia parte da reserva, razão pela qual prestou serviço como médico municipal em Alijó, onde nascera a sua esposa (e que era igualmente sua prima direita). Ali se encontraria quando foi mobilizado para a Grande Guerra, tendo primeiramente sido enviado para Angola.
Parte para África já como tenente. Podemos ver uma fotografia sua, datada de 20 de Janeiro de 1915, e tirada por ocasião da sua partida, servindo de lembrança para a esposa, que cá deixava. Das peripécias em África, contava a sua filha que, estando ele numa patrulha com os restantes camaradas de Angola, e sendo todos muito inexperientes, resolveram descansar à sombra de uma árvore, encostando-se à mesma, para repousar e fugir ao sol. Segundo o que o pai lhe contara, o tronco da árvore ao qual se encostaram começou a mexer-se, pois não era realmente um tronco… Era uma enorme jiboia! Porém, como militar que era, não contava senão um ou outro pormenor mais caricato da sua estadia nas duas frentes. Muito terá ficado perdido na lembrança e muito mais ainda por contar, como sucedeu com tantos militares que viveram aquela época.
Terá estado em Angola cerca de um ano, regressando depois em 1916, e permanecendo em Portugal durante cerca de 12 meses. Findo esse período, terá sido enviado, já capitão-médico, para França, para onde partiu em 23 de Agosto de 1917, como refere a sua ficha individual, hoje no Arquivo Histórico Militar. Ali ficaria agregado à Ambulância nº 9, tendo vindo de licença de campanha a Portugal, em finais de Março de 1918 e não regressando a França posteriormente. A sua ficha refere apenas que foi considerado incapaz de todo o serviço e abatido ao efectivo do CEP, pelo que podemos pressupor que tenha pedido uma junta médica, quem sabe sofredor de problemas físicos e emocionais decorrentes da proximidade da frente e de um Março que se revelaria já muito cruel para as forças portuguesas, culminando depois no 9 de Abril e na operação alemã que pretendia romper as linhas aliadas.
Enquanto se encontrava no Front a tragédia preparar-se-ia para se abater sobre a sua família. A esposa, com a qual casara em 1907, sua prima, o amor da sua vida, com a qual sempre referiu viver uma vida feliz, e que tinha já dado a Evaristo dois filhos (um nascido em 1908 e outro em 1911), faleceu vítima da Pneumónica em 1919, encontrando-se então grávida do terceiro filho do casal. Médico de profissão, tendo já estado em várias partidas do mundo, Evaristo Augusto Duarte Geral não conseguiu evitar a perda do seu amor para uma doença que, como bem refere seu neto, terminaria o que a guerra começou, e para a qual o conflito e a movimentação de homens e civis muito contribuiu, aumentando a sua dimensão e tornando-a pandémica.
A vida militar de Evaristo Augusto ter-se-á iniciado antes mesmo de frequentar Medicina, sendo que o seu neto encontrou registos dele em Coimbra e no Porto, pese embora tenha também descoberto que o mesmo frequentou e terminou o curso na Escola Médico-cirúrgica em Lisboa, em 1906. Ali presidiria à Tuna Académica, o que Ângelo Queiroz escutou de sua mãe e veio mesmo a confirmar. Assim, será na Capital que se forma em Medicina, com a especialidade de Cirurgia Ocular.
Mal termina o curso, e ainda em 1907, será promovido a Alferes. Contudo, fazia parte da reserva, razão pela qual prestou serviço como médico municipal em Alijó, onde nascera a sua esposa (e que era igualmente sua prima direita). Ali se encontraria quando foi mobilizado para a Grande Guerra, tendo primeiramente sido enviado para Angola.
Parte para África já como tenente. Podemos ver uma fotografia sua, datada de 20 de Janeiro de 1915, e tirada por ocasião da sua partida, servindo de lembrança para a esposa, que cá deixava. Das peripécias em África, contava a sua filha que, estando ele numa patrulha com os restantes camaradas de Angola, e sendo todos muito inexperientes, resolveram descansar à sombra de uma árvore, encostando-se à mesma, para repousar e fugir ao sol. Segundo o que o pai lhe contara, o tronco da árvore ao qual se encostaram começou a mexer-se, pois não era realmente um tronco… Era uma enorme jiboia! Porém, como militar que era, não contava senão um ou outro pormenor mais caricato da sua estadia nas duas frentes. Muito terá ficado perdido na lembrança e muito mais ainda por contar, como sucedeu com tantos militares que viveram aquela época.
Terá estado em Angola cerca de um ano, regressando depois em 1916, e permanecendo em Portugal durante cerca de 12 meses. Findo esse período, terá sido enviado, já capitão-médico, para França, para onde partiu em 23 de Agosto de 1917, como refere a sua ficha individual, hoje no Arquivo Histórico Militar. Ali ficaria agregado à Ambulância nº 9, tendo vindo de licença de campanha a Portugal, em finais de Março de 1918 e não regressando a França posteriormente. A sua ficha refere apenas que foi considerado incapaz de todo o serviço e abatido ao efectivo do CEP, pelo que podemos pressupor que tenha pedido uma junta médica, quem sabe sofredor de problemas físicos e emocionais decorrentes da proximidade da frente e de um Março que se revelaria já muito cruel para as forças portuguesas, culminando depois no 9 de Abril e na operação alemã que pretendia romper as linhas aliadas.
Enquanto se encontrava no Front a tragédia preparar-se-ia para se abater sobre a sua família. A esposa, com a qual casara em 1907, sua prima, o amor da sua vida, com a qual sempre referiu viver uma vida feliz, e que tinha já dado a Evaristo dois filhos (um nascido em 1908 e outro em 1911), faleceu vítima da Pneumónica em 1919, encontrando-se então grávida do terceiro filho do casal. Médico de profissão, tendo já estado em várias partidas do mundo, Evaristo Augusto Duarte Geral não conseguiu evitar a perda do seu amor para uma doença que, como bem refere seu neto, terminaria o que a guerra começou, e para a qual o conflito e a movimentação de homens e civis muito contribuiu, aumentando a sua dimensão e tornando-a pandémica.
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