Joaquim de Oliveira nasceu em 1894 na Freguesia de Santa Eufémia, concelho de Torres Novas, Santarém, filho de Manuel de Oliveira e de Perpétua da Conceição. Aquando da guerra, e já órfão de mãe e solteiro, deveria viver com o pai em Lisboa, referindo a sua ficha de combatente que o mesmo se encontrava então em Sacavém, concelho de Loures, nos arredores da Capital.
Soldado condutor ou chauffeur nº 416, Joaquim de Oliveira partiria para França em 10 de Janeiro de 1918, onde ficou a trabalhar na Oficina Ligeira de Ambulâncias Automóveis, efectuando serviços de condução em diversos locais. Em 24 de Janeiro de 1919, um ano depois de chegado ao Front, será enviado numa diligência à Ambulância 6, para ali ficar e prestar serviço, regressando do local em finais do mês seguinte, a 27 de Fevereiro. Em 1 de Março seguinte começaria a prestar serviço, enquanto condutor, numa Coluna Automóvel de Transporte de Feridos Central, sendo enviado em diligências diversas ao Quartel-General 1. Durante um mês fica adstrito ao mesmo, regressando à coluna de transporte em finais de Março.
Nesta fase final do CEP em França, em que se iniciara a desmobilização e transporte de homens e materiais para Portugal, Joaquim seria transferido para o Serviço Automóvel do Quartel-General da Base, onde ficará até Outubro de 1919, quando é transferido para La Gorgue, para continuar a prestar o mesmo tipo de serviços, necessários ao Quartel-General. Ali terá requisitado, sem autorização, duas caixas de gasolina nos Serviços Britânicos, infringindo os seus deveres militares, razão pela qual foi admoestado pelo Adido Militar em Paris com 15 dias de prisão correccional.
Contudo, e porque provavelmente apresentou sempre uma ficha militar limpa, sendo soldado zeloso e cumpridor das suas ordens e serviços, e para que não ficasse maculado por esta pequena (e até disparatada) falha, que talvez tenha cometido em prol do seu próprio serviço (pois deitara mão a gasolina, sem a qual os veículos que conduzia não funcionavam!), a pena seria comutada em 10 dias de prisão disciplinar, que devia cumprir num Depósito Misto e não em prisão efectiva (num Depósito Disciplinar). Razão pela qual foi transferido para Cherbourg em 25 de Janeiro de 1920, bem certo que sob prisão, mas para ali ficar no Depósito Militar, onde deverá ter cumprido os dias mencionados e aguardado a tão esperada transferência para Portugal. Regressaria pouco tempo depois, a 11 de Fevereiro de 1920.
Joaquim foi condecorado com a medalha comemorativa da expedição a França em 3 de Julho de 1919 e a sua ficha individual refere que, estando ainda em França, foi autorizado em 16 de Dezembro de 1919 a fazer uso da Medalha da Vitória. A única fotografia que dele persiste mostra-o garboso, fardado, acompanhado por uma bela jovem, talvez uma menina francesa, quem sabe algum amor por lá deixado. A família desconhece a identidade da jovem mulher. O seu bisneto sabe que Joaquim casaria, algum tempo depois da guerra, com Carolina Maria, sendo o casal pai de três filhos, Maria Berta, Maria de Lurdes e Jaime Alberto de Oliveira. Em 1933, Joaquim era ainda motorista, morador na Rua do Fidié, no Lumiar. Porém, a sua vida seria cortada pelas suas próprias mãos, após separar-se da sua esposa. Desenraizado e longe desta e dos filhos, moraria então nos Olivais, local onde acabaria por se suicidar. O eterno descanso encontrá-lo-ia no cemitério do Lumiar, zona onde anteriormente habitava.
O bisneto guarda agora esta única fotografia da ida de Joaquim à Grande Guerra. Recordação dos tempos em que o mesmo auxiliou no transporte de tantos dos seus camaradas, pelos mais diversos locais da Frente Portuguesa, quando os nossos homens estiveram envolvidos num conflito que a tantos tragou a alma e a vida, o teatro de guerra europeu da Primeira Guerra Mundial. Sabe agora um pouco mais do seu percurso. Mas, para muitos, o caminho que estes homens percorreram é ainda um enorme e denso mistério.
Soldado condutor ou chauffeur nº 416, Joaquim de Oliveira partiria para França em 10 de Janeiro de 1918, onde ficou a trabalhar na Oficina Ligeira de Ambulâncias Automóveis, efectuando serviços de condução em diversos locais. Em 24 de Janeiro de 1919, um ano depois de chegado ao Front, será enviado numa diligência à Ambulância 6, para ali ficar e prestar serviço, regressando do local em finais do mês seguinte, a 27 de Fevereiro. Em 1 de Março seguinte começaria a prestar serviço, enquanto condutor, numa Coluna Automóvel de Transporte de Feridos Central, sendo enviado em diligências diversas ao Quartel-General 1. Durante um mês fica adstrito ao mesmo, regressando à coluna de transporte em finais de Março.
Nesta fase final do CEP em França, em que se iniciara a desmobilização e transporte de homens e materiais para Portugal, Joaquim seria transferido para o Serviço Automóvel do Quartel-General da Base, onde ficará até Outubro de 1919, quando é transferido para La Gorgue, para continuar a prestar o mesmo tipo de serviços, necessários ao Quartel-General. Ali terá requisitado, sem autorização, duas caixas de gasolina nos Serviços Britânicos, infringindo os seus deveres militares, razão pela qual foi admoestado pelo Adido Militar em Paris com 15 dias de prisão correccional.
Contudo, e porque provavelmente apresentou sempre uma ficha militar limpa, sendo soldado zeloso e cumpridor das suas ordens e serviços, e para que não ficasse maculado por esta pequena (e até disparatada) falha, que talvez tenha cometido em prol do seu próprio serviço (pois deitara mão a gasolina, sem a qual os veículos que conduzia não funcionavam!), a pena seria comutada em 10 dias de prisão disciplinar, que devia cumprir num Depósito Misto e não em prisão efectiva (num Depósito Disciplinar). Razão pela qual foi transferido para Cherbourg em 25 de Janeiro de 1920, bem certo que sob prisão, mas para ali ficar no Depósito Militar, onde deverá ter cumprido os dias mencionados e aguardado a tão esperada transferência para Portugal. Regressaria pouco tempo depois, a 11 de Fevereiro de 1920.
Joaquim foi condecorado com a medalha comemorativa da expedição a França em 3 de Julho de 1919 e a sua ficha individual refere que, estando ainda em França, foi autorizado em 16 de Dezembro de 1919 a fazer uso da Medalha da Vitória. A única fotografia que dele persiste mostra-o garboso, fardado, acompanhado por uma bela jovem, talvez uma menina francesa, quem sabe algum amor por lá deixado. A família desconhece a identidade da jovem mulher. O seu bisneto sabe que Joaquim casaria, algum tempo depois da guerra, com Carolina Maria, sendo o casal pai de três filhos, Maria Berta, Maria de Lurdes e Jaime Alberto de Oliveira. Em 1933, Joaquim era ainda motorista, morador na Rua do Fidié, no Lumiar. Porém, a sua vida seria cortada pelas suas próprias mãos, após separar-se da sua esposa. Desenraizado e longe desta e dos filhos, moraria então nos Olivais, local onde acabaria por se suicidar. O eterno descanso encontrá-lo-ia no cemitério do Lumiar, zona onde anteriormente habitava.
O bisneto guarda agora esta única fotografia da ida de Joaquim à Grande Guerra. Recordação dos tempos em que o mesmo auxiliou no transporte de tantos dos seus camaradas, pelos mais diversos locais da Frente Portuguesa, quando os nossos homens estiveram envolvidos num conflito que a tantos tragou a alma e a vida, o teatro de guerra europeu da Primeira Guerra Mundial. Sabe agora um pouco mais do seu percurso. Mas, para muitos, o caminho que estes homens percorreram é ainda um enorme e denso mistério.
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