Como acontece com muitos familiares que chegam até nós, João Maltez pouco ou nada sabia sobre a ida do seu bisavô para França. Contudo, recentemente encontrara algumas fotografias da época nos álbuns antigos de família. Assim mesmo, e ao ver as imagens que enviou para o nosso projecto, não tinha certezas de que José Augusto da Rocha tivesse estado envolvido na guerra, num dos seus teatros de operações. Desconfiava que ele tivesse partido para França, pois um dos postais que tinha assim parecia indicar. Mas João não tinha qualquer tipo de confirmação e precisava obter mais informação.
Só lhe restava uma solução: obter a ficha de combatente de José Augusto da Rocha. João Maltez acabaria por conseguir a mesma, pedindo ajuda aos arquivos, o que nos permitiu demonstrar que José tinha realmente estado nos campos da Flandres durante a Primeira Guerra Mundial.
Sabemos hoje que José Augusto, à época mancebo solteiro, filho de António da Rocha e de Maria da Nazaret d´Oliveira, natural de Fonte - Alhadas, Figueira da Foz, e ali residente aquando do seu recrutamento, foi enviado para França como parte do Corpo Expedicionário Português, fazendo parte do Regimento de Infantaria nº 28.
Embarcaria rumo ao desconhecido em Lisboa, a 22 de Fevereiro de 1917. Em França fez parte de Infantaria 28 até ser transferido para outro regimento, o nº 21, já no final da guerra, exactamente a 11 de Novembro de 1918. O seu percurso em França terá sido igual ao de tantos soldados, cumprindo os seus deveres e apresentando apenas uma punição por ser ter apresentado na formatura sem as grevas, e outra por se ter sentido indisposto mas não ter ido a uma unidade médica confirmar a sua doença, o que o fez faltar a uma formatura. Coisas normais entre homens cansados da guerra, os quais tantas vezes não entendiam o porquê da sua presença naquelas terras, e que desejavam tão-somente regressar às suas casas e aos seus familiares.
Uma vez terminada a guerra, José Augusto regressaria a Portugal em inícios de 1919. Terá marchado com a sua nova unidade, o Regimento de Infantaria nº 21 para o porto de embarque em Fevereiro, e viajado no Helenus, saindo de França a 25 de Fevereiro. Chega à capital portuguesa três dias depois.
Esta informação ajudou João Maltez a confirmar a presença do seu familiar na Grande Guerra, mais propriamente no teatro de operações francês. Mais dados constariam da sua caderneta, mas esta nunca foi localizada. Restou-nos então a ficha de combatente, que se encontra à guarda do Arquivo Histórico Militar em Lisboa, e que tantas vezes nos auxilia na compreensão da vida destes homens. Neste caso não foi excepção, fornecendo até pistas para a datação das suas fotografias, deixando alguns mistérios por resolver e outros já desmistificados.
Assim, continuamos sem saber quem seria o soldado que se encontra numa das imagens, visto que não é uma fotografia de José, bisavô de João Maltez. Talvez fosse algum amigo, um camarada de França, mas o bisneto apenas sabe que se encontrava entre o espólio fotográfico familiar. Mas descobrimos igualmente uma fotografia de Joaquim, irmão de José, um jovem bonito e aprumado, e quase um sósia do seu irmão. Datada de 7 de Setembro de 1917, foi enviada a José, então a combater em França e nela se lê o anseio de Joaquim e de seus pais por voltarem a ver aquele que já se tinha ausentado, saindo de casa para embarcar rumo a terras que não conheciam. É notório que pediam muito a Deus que o mesmo voltasse, sentindo dele muita saudade e desejando ardentemente vê-lo regressar são e salvo. Joaquim termina mesmo demonstrando a sua fé nesse momento e despedindo-se com um «Adeus, até à vista» demonstrativo da enorme expectativa do retorno do seu irmão.
Este era o drama de centenas de famílias portuguesas, que viam os seus familiares embarcar para África e França, para longe das suas casas, terras, e vidas, para combater numa guerra que, tantas vezes, sentiram que não era sua. Esta é a história que João Maltez teve igualmente oportunidade de descobrir, unindo presente e passado, e levando-o assim a conhecer um pouco mais sobre uma época distante da vida do seu bisavô.
Só lhe restava uma solução: obter a ficha de combatente de José Augusto da Rocha. João Maltez acabaria por conseguir a mesma, pedindo ajuda aos arquivos, o que nos permitiu demonstrar que José tinha realmente estado nos campos da Flandres durante a Primeira Guerra Mundial.
Sabemos hoje que José Augusto, à época mancebo solteiro, filho de António da Rocha e de Maria da Nazaret d´Oliveira, natural de Fonte - Alhadas, Figueira da Foz, e ali residente aquando do seu recrutamento, foi enviado para França como parte do Corpo Expedicionário Português, fazendo parte do Regimento de Infantaria nº 28.
Embarcaria rumo ao desconhecido em Lisboa, a 22 de Fevereiro de 1917. Em França fez parte de Infantaria 28 até ser transferido para outro regimento, o nº 21, já no final da guerra, exactamente a 11 de Novembro de 1918. O seu percurso em França terá sido igual ao de tantos soldados, cumprindo os seus deveres e apresentando apenas uma punição por ser ter apresentado na formatura sem as grevas, e outra por se ter sentido indisposto mas não ter ido a uma unidade médica confirmar a sua doença, o que o fez faltar a uma formatura. Coisas normais entre homens cansados da guerra, os quais tantas vezes não entendiam o porquê da sua presença naquelas terras, e que desejavam tão-somente regressar às suas casas e aos seus familiares.
Uma vez terminada a guerra, José Augusto regressaria a Portugal em inícios de 1919. Terá marchado com a sua nova unidade, o Regimento de Infantaria nº 21 para o porto de embarque em Fevereiro, e viajado no Helenus, saindo de França a 25 de Fevereiro. Chega à capital portuguesa três dias depois.
Esta informação ajudou João Maltez a confirmar a presença do seu familiar na Grande Guerra, mais propriamente no teatro de operações francês. Mais dados constariam da sua caderneta, mas esta nunca foi localizada. Restou-nos então a ficha de combatente, que se encontra à guarda do Arquivo Histórico Militar em Lisboa, e que tantas vezes nos auxilia na compreensão da vida destes homens. Neste caso não foi excepção, fornecendo até pistas para a datação das suas fotografias, deixando alguns mistérios por resolver e outros já desmistificados.
Assim, continuamos sem saber quem seria o soldado que se encontra numa das imagens, visto que não é uma fotografia de José, bisavô de João Maltez. Talvez fosse algum amigo, um camarada de França, mas o bisneto apenas sabe que se encontrava entre o espólio fotográfico familiar. Mas descobrimos igualmente uma fotografia de Joaquim, irmão de José, um jovem bonito e aprumado, e quase um sósia do seu irmão. Datada de 7 de Setembro de 1917, foi enviada a José, então a combater em França e nela se lê o anseio de Joaquim e de seus pais por voltarem a ver aquele que já se tinha ausentado, saindo de casa para embarcar rumo a terras que não conheciam. É notório que pediam muito a Deus que o mesmo voltasse, sentindo dele muita saudade e desejando ardentemente vê-lo regressar são e salvo. Joaquim termina mesmo demonstrando a sua fé nesse momento e despedindo-se com um «Adeus, até à vista» demonstrativo da enorme expectativa do retorno do seu irmão.
Este era o drama de centenas de famílias portuguesas, que viam os seus familiares embarcar para África e França, para longe das suas casas, terras, e vidas, para combater numa guerra que, tantas vezes, sentiram que não era sua. Esta é a história que João Maltez teve igualmente oportunidade de descobrir, unindo presente e passado, e levando-o assim a conhecer um pouco mais sobre uma época distante da vida do seu bisavô.
Comentários