Maria Fernanda Dias de Azeredo Bettencourt trouxe aos Dias da Memória na Assembleia da República a história do seu avô. Depois de ouvir o apelo na rádio, na televisão e nos jornais, decidiu que tinha chegado a hora de honrar o seu combatente na Grande Guerra, Eduardo Augusto Sousa Dias. Na realidade talvez nem tenha dado inicialmente muita importância ao que tinha em casa, mas depois decidiu-se por partilhar com todos o que sabia de Eduardo.
Com ela trouxe as suas fotografias, espólio familiar que o avô deixou, e que foram tiradas em Moçambique, a norte, na zona de Quionga, onde o seu avô esteve destacado durante a Grande Guerra. Sempre militar, numa pequena agenda pessoal, que Maria Fernanda trouxe consigo, podemos ver as anotações em que refere que terá entrado para o exército em 1902. Entre 1902 e 1904 foi subindo na hierarquia militar: Soldado, 1º Cabo, 2º Sargento, 1º Sargento... A 30 de Agosto de 1913 foi promovido a Alferes e foi assim que partiu para a guerra de 1914. Depois, ainda durante a mesma, em 29 de Setembro de 1917, terá sido promovido a Tenente.
Eduardo era um homem metódico e rigoroso nas suas anotações. Numa das páginas da agenda que elaborou, anos depois da guerra, podemos ver as Ordens do Exército que se referiam a si, aos seus louvores, promoções, condecorações. Ali anotou quando foi promovido, incluindo a Alferes e Tenente e, já depois da guerra, a Capitão. Ali registou quando foi louvado, ou quando foi condecorado. Podemos ler «louvor Kionga» em 29 de Novembro de 1922, zona que voltaria a visitar quando regressou a Moçambique, para ali continuar uma comissão de serviço na Polícia Civil de Lourenço Marques, ou «cruz de guerra» em 30 de Outubro de 1920, essa referente ao período da Grande Guerra.
Eduardo orgulhava-se do seu percurso como militar exemplar. Orgulhava-se do trabalho que sempre teria efectuado. Sentia orgulho do seu regresso a uma terra onde tentou melhorar as condições de vida de quem ali habitava. Contudo, não falava muito do seu tempo de guerra, destacado na África Oriental. E faleceu cedo, pelo que também não terá tido muito tempo para transmitir aos filhos as suas experiências, refere Maria Fernanda.
O avô de Maria Fernanda voltaria a Portugal em 1925, tendo sido colocado no Estado-Maior de Infantaria. Prestaria depois serviço na Guarda Fiscal, sendo colocado em Freixo de Espada à Cinta mas a morte viria reclamá-lo cedo, com apenas 44 anos. Faleceu em 1929.
Cumpre agora que, pelas suas anotações ou fotografias, Eduardo Augusto Sousa Dias não caia no esquecimento. Um jovem que, em 1916, se deixou fotografar, no esplendor da sua juventude, com camaradas ou a cavalo, por terras de Quionga. Maria Fernanda assim desejou. E ao visitar-nos nos Dias da Memória, permitiu-nos guardar e saber um pouco mais sobre a memória dos anos de 1914 a 1918 em Portugal e particularmente em África, uma frente de batalha que, por vezes, parece sempre ser mais esquecida e da qual existe sempre muito menos informação.
Com ela trouxe as suas fotografias, espólio familiar que o avô deixou, e que foram tiradas em Moçambique, a norte, na zona de Quionga, onde o seu avô esteve destacado durante a Grande Guerra. Sempre militar, numa pequena agenda pessoal, que Maria Fernanda trouxe consigo, podemos ver as anotações em que refere que terá entrado para o exército em 1902. Entre 1902 e 1904 foi subindo na hierarquia militar: Soldado, 1º Cabo, 2º Sargento, 1º Sargento... A 30 de Agosto de 1913 foi promovido a Alferes e foi assim que partiu para a guerra de 1914. Depois, ainda durante a mesma, em 29 de Setembro de 1917, terá sido promovido a Tenente.
Eduardo era um homem metódico e rigoroso nas suas anotações. Numa das páginas da agenda que elaborou, anos depois da guerra, podemos ver as Ordens do Exército que se referiam a si, aos seus louvores, promoções, condecorações. Ali anotou quando foi promovido, incluindo a Alferes e Tenente e, já depois da guerra, a Capitão. Ali registou quando foi louvado, ou quando foi condecorado. Podemos ler «louvor Kionga» em 29 de Novembro de 1922, zona que voltaria a visitar quando regressou a Moçambique, para ali continuar uma comissão de serviço na Polícia Civil de Lourenço Marques, ou «cruz de guerra» em 30 de Outubro de 1920, essa referente ao período da Grande Guerra.
Eduardo orgulhava-se do seu percurso como militar exemplar. Orgulhava-se do trabalho que sempre teria efectuado. Sentia orgulho do seu regresso a uma terra onde tentou melhorar as condições de vida de quem ali habitava. Contudo, não falava muito do seu tempo de guerra, destacado na África Oriental. E faleceu cedo, pelo que também não terá tido muito tempo para transmitir aos filhos as suas experiências, refere Maria Fernanda.
O avô de Maria Fernanda voltaria a Portugal em 1925, tendo sido colocado no Estado-Maior de Infantaria. Prestaria depois serviço na Guarda Fiscal, sendo colocado em Freixo de Espada à Cinta mas a morte viria reclamá-lo cedo, com apenas 44 anos. Faleceu em 1929.
Cumpre agora que, pelas suas anotações ou fotografias, Eduardo Augusto Sousa Dias não caia no esquecimento. Um jovem que, em 1916, se deixou fotografar, no esplendor da sua juventude, com camaradas ou a cavalo, por terras de Quionga. Maria Fernanda assim desejou. E ao visitar-nos nos Dias da Memória, permitiu-nos guardar e saber um pouco mais sobre a memória dos anos de 1914 a 1918 em Portugal e particularmente em África, uma frente de batalha que, por vezes, parece sempre ser mais esquecida e da qual existe sempre muito menos informação.
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