Ana Paula Assunção veio até aos Dias da Memória contar a história do seu avô Alberto d’Assumpção, acompanhada de um capacete que este terá obtido durante a Primeira Guerra Mundial.
Segundo a sua neta, Alberto d’Assumpção tinha 15 anos quando rebentou a guerra. Por essa altura, já Alberto estava na marinha mercante, onde o seu pai o tinha posto, como castigo pelo seu mau aproveitamento escolar. Ana Paula Assunção não tem a certeza da idade que o avô tinha quando entrou para a marinha mercante, mas sabe que aos 13 anos já estaria embarcado. Durante o conflito, participou em acções de abastecimento de tropas portuguesas e inglesas, tendo feito muitas viagens para Inglaterra. Foi nesse país que terá trocado alguma coisa pelo capacete que Ana Paula nos trouxe, troca essa feita com um soldado inglês.
A origem do capacete acaba assim por ser difícil de aferir, e a neta de Alberto d’Assumpção é a primeira a dizê-lo. Ana Paula conta que o avô, quando contava histórias, acrescentava-lhes sempre diferentes pormenores, pelo que cada um dos seis netos conhece uma história distinta relativa ao objecto. A uma prima de Ana Paula, por exemplo, quando era criança, o avô contava histórias de uma batalha, onde teria tirado o capacete a um soldado inglês morto. Hoje em dia, a entrevistada sabe que, pelo menos esta, seria uma história fantasiosa para entreter os netos.
Uma coisa é certa: a guerra que Alberto d’Assumpção viveu no mar teve nele um grande impacto, tanto que durante o resto da vida falou dela muitas vezes. Falava da noite, do nevoeiro, do receio dos submarinos alemães. A dada altura, Alberto d’Assumpção escreveu ao pai, falando-lhe do facto de os navios estarem muito desprotegidos e da sensação de fragilidade que isso causava, pelo que estariam a estudar a possibilidade de colocar um canhão na sua embarcação.
Investigações levadas a cabo pelo bisneto de Alberto d’Assumpção, Rodrigo Martins, estudante de História e colaborador neste nosso projecto, trouxeram à luz documentação entretanto publicada no portal Portugal 1914: a carta acima referida e diários de bordo, que estavam guardados numa mala, juntamente com outros pequenos objectos, como medalhas e alfinetes [e que podem ser consultados aqui]. Hoje podem ser vistos no nosso portal, tal como este capacete, demonstrando que muito há por saber e conhecer acerca destes homens, que abasteceram os que combateram ou quem vivia em Portugal e que dependiam do sucesso destes transportes.
Ainda que os aspectos negativos o tenham marcado muito, a participação no esforço de guerra foi algo que deixou Alberto d’Assumpção extremamente orgulhoso. Pertencia à Liga dos Combatentes, da qual usava sempre o alfinete, e quis ser enterrado no talhão dos Combatentes do Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.
Ana Paula Assunção defende por isso que devemos estar mais atentos ao passado e ter a preocupação de proteger e divulgar as fontes e o conhecimento, algo que considera ser uma obrigação de todos. Foi por essa razão que nos visitou nos Dias da Memória. Porque há um dever de zelo e valorização pouco incutido, e que com este relato espera honrar.
Segundo a sua neta, Alberto d’Assumpção tinha 15 anos quando rebentou a guerra. Por essa altura, já Alberto estava na marinha mercante, onde o seu pai o tinha posto, como castigo pelo seu mau aproveitamento escolar. Ana Paula Assunção não tem a certeza da idade que o avô tinha quando entrou para a marinha mercante, mas sabe que aos 13 anos já estaria embarcado. Durante o conflito, participou em acções de abastecimento de tropas portuguesas e inglesas, tendo feito muitas viagens para Inglaterra. Foi nesse país que terá trocado alguma coisa pelo capacete que Ana Paula nos trouxe, troca essa feita com um soldado inglês.
A origem do capacete acaba assim por ser difícil de aferir, e a neta de Alberto d’Assumpção é a primeira a dizê-lo. Ana Paula conta que o avô, quando contava histórias, acrescentava-lhes sempre diferentes pormenores, pelo que cada um dos seis netos conhece uma história distinta relativa ao objecto. A uma prima de Ana Paula, por exemplo, quando era criança, o avô contava histórias de uma batalha, onde teria tirado o capacete a um soldado inglês morto. Hoje em dia, a entrevistada sabe que, pelo menos esta, seria uma história fantasiosa para entreter os netos.
Uma coisa é certa: a guerra que Alberto d’Assumpção viveu no mar teve nele um grande impacto, tanto que durante o resto da vida falou dela muitas vezes. Falava da noite, do nevoeiro, do receio dos submarinos alemães. A dada altura, Alberto d’Assumpção escreveu ao pai, falando-lhe do facto de os navios estarem muito desprotegidos e da sensação de fragilidade que isso causava, pelo que estariam a estudar a possibilidade de colocar um canhão na sua embarcação.
Investigações levadas a cabo pelo bisneto de Alberto d’Assumpção, Rodrigo Martins, estudante de História e colaborador neste nosso projecto, trouxeram à luz documentação entretanto publicada no portal Portugal 1914: a carta acima referida e diários de bordo, que estavam guardados numa mala, juntamente com outros pequenos objectos, como medalhas e alfinetes [e que podem ser consultados aqui]. Hoje podem ser vistos no nosso portal, tal como este capacete, demonstrando que muito há por saber e conhecer acerca destes homens, que abasteceram os que combateram ou quem vivia em Portugal e que dependiam do sucesso destes transportes.
Ainda que os aspectos negativos o tenham marcado muito, a participação no esforço de guerra foi algo que deixou Alberto d’Assumpção extremamente orgulhoso. Pertencia à Liga dos Combatentes, da qual usava sempre o alfinete, e quis ser enterrado no talhão dos Combatentes do Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.
Ana Paula Assunção defende por isso que devemos estar mais atentos ao passado e ter a preocupação de proteger e divulgar as fontes e o conhecimento, algo que considera ser uma obrigação de todos. Foi por essa razão que nos visitou nos Dias da Memória. Porque há um dever de zelo e valorização pouco incutido, e que com este relato espera honrar.
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