José António Baltasar Aurélio veio até aos Dias da Memória com a fotografia do avô, Francisco José Baltasar, e do tio-avô, combatentes na Primeira Guerra, tirada na vila de La Gorge, em 1918. Com a fotografia, trouxe a história do avô, incorporado em 1917 no Corpo Expedicionário Português.
Francisco José Baltasar nasceu em Trigacho, nos arredores de Beja, em 1895, numa família de agricultores. Acerca da participação de Francisco Baltasar na Grande Guerra, José Baltasar Aurélio tem um conhecimento fragmentado porque quando conheceu o avô, já este era muito idoso. Todavia, as memórias que sobrevivem desse combatente partido em 1917, ainda que poucas, dão conta de diferentes aspectos da vida na frente. Se Francisco Baltasar contava à família que a experiência em França tinha sido muito dura, outras histórias revelavam um outro lado da guerra, o de um tempo de ócio – as que diziam respeito às raparigas com quem ele e o irmão andavam. Diz-se mesmo que acabou por regressar da guerra com sífilis, que viria a transmitir à mulher.
Francisco José Baltasar esteve entre os portugueses que participaram na batalha de La Lys, em Abril de 1918, e José Aurélio sabe que o avô regressou gazeado. Conta igualmente que a impressão que o avô tinha dos ingleses não era a melhor, pois considerava que tinham deixado os portugueses à mercê do inimigo. De acordo com a memória familiar, Francisco Baltasar viria a receber uma condecoração (que se perdeu) e a participar no desfile da vitória em Paris.
Findo o conflito, regressou a Portugal e ingressou na polícia de Beja, onde fez carreira e chegou a subchefe. Na sequência do golpe de 28 de Maio de 1926 que pôs fim à Primeira República, esteve destacado em Lisboa, por causa dos distúrbios. Desses dias, Francisco Baltasar contava algumas histórias sobre bombas feitas de maçanetas de cama, atiradas à polícia quando passava a cavalo na Baixa lisboeta. Viria a falecer bastante mais tarde, aos 95 anos de idade.
O original da fotografia que testemunha a passagem de Francisco Baltasar e do seu irmão pela guerra estava emoldurado, na sala de sua casa, encontrando-se hoje na posse do neto, em muito mau estado. A fotografia foi recentemente digitalizada e restaurada, constituindo a sua conservação e a sua partilha passos importantes para a preservação da memória deste combatente alentejano.
Francisco José Baltasar nasceu em Trigacho, nos arredores de Beja, em 1895, numa família de agricultores. Acerca da participação de Francisco Baltasar na Grande Guerra, José Baltasar Aurélio tem um conhecimento fragmentado porque quando conheceu o avô, já este era muito idoso. Todavia, as memórias que sobrevivem desse combatente partido em 1917, ainda que poucas, dão conta de diferentes aspectos da vida na frente. Se Francisco Baltasar contava à família que a experiência em França tinha sido muito dura, outras histórias revelavam um outro lado da guerra, o de um tempo de ócio – as que diziam respeito às raparigas com quem ele e o irmão andavam. Diz-se mesmo que acabou por regressar da guerra com sífilis, que viria a transmitir à mulher.
Francisco José Baltasar esteve entre os portugueses que participaram na batalha de La Lys, em Abril de 1918, e José Aurélio sabe que o avô regressou gazeado. Conta igualmente que a impressão que o avô tinha dos ingleses não era a melhor, pois considerava que tinham deixado os portugueses à mercê do inimigo. De acordo com a memória familiar, Francisco Baltasar viria a receber uma condecoração (que se perdeu) e a participar no desfile da vitória em Paris.
Findo o conflito, regressou a Portugal e ingressou na polícia de Beja, onde fez carreira e chegou a subchefe. Na sequência do golpe de 28 de Maio de 1926 que pôs fim à Primeira República, esteve destacado em Lisboa, por causa dos distúrbios. Desses dias, Francisco Baltasar contava algumas histórias sobre bombas feitas de maçanetas de cama, atiradas à polícia quando passava a cavalo na Baixa lisboeta. Viria a falecer bastante mais tarde, aos 95 anos de idade.
O original da fotografia que testemunha a passagem de Francisco Baltasar e do seu irmão pela guerra estava emoldurado, na sala de sua casa, encontrando-se hoje na posse do neto, em muito mau estado. A fotografia foi recentemente digitalizada e restaurada, constituindo a sua conservação e a sua partilha passos importantes para a preservação da memória deste combatente alentejano.
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