Luiz Gonzaga do Carmo Pereira Ribeiro, filho de Duarte Pereira Dias Ribeiro e Deolinda Rosa da Silva Pereira Ribeiro nasceu a 21 de Junho de 1885 na rua de Santa Clara à rua de S. Sebastião, na freguesia de Nª Sra.ª de Monserrate, concelho e distrito de Viana do Castelo. Seu pai era farmacêutico e detinha a farmácia Áurea, estabelecimento que se encontrava no rés-do-chão da casa de habitação. Era um de cinco irmãos. Os outros cinco eram: o mais velho António Manuel Pereira Ribeiro, sagrado Bispo na Igreja de S. Domingos em 1915, tendo permanecido à frente da Diocese do Funchal até à sua morte em 1957; Joaquim da Apresentação Pereira Ribeiro, que herdou a profissão do pai e posteriormente foi gerente do Sanatório de Coura; Maria da Conceição e Maria das Dores, solteiras, residentes em casa do pai até à data do seu falecimento, na década de 1960.
Conforme pesquisa do seu sobrinho-neto, que honra a memória do seu familiar e sempre quis saber mais sobre o mesmo, Luiz Gonzaga assentou praça como voluntário no Regimento de Cavalaria n.2, Lanceiros d’El Rei, em 23 de Maio de 1905. Ali permanece até 15 de Novembro de 1909, altura em que foi promovido a Alferes e passou para o Regimento de Infantaria n.º 3 de Viana do Castelo, com o n.º 181 de matrícula e pertença do 25.º batalhão. Teve licença para matrimónio assinada em 10 de Janeiro de 1910.
Casou em 31 de Janeiro de 1910 com Maria Isabel da Cunha Palhares, que foi mãe de seus três filhos: Maria Amália, nascida a 26 de Dezembro de 1910; Margarida Maria nascida a 18 de Outubro de 1913; António Manuel, nascido a 19 de Novembro de 1915. Em 13 de Julho de 1912 era já tenente e encontrava-se no Quartel de Infantaria 3 em Viana do Castelo. Embarcou para França em Lisboa em 15 de Abril de 1917 integrando o 1.º Batalhão da 4.ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português (CEP). Por decreto de 29 de Setembro de 1917, inserto na O.E. n.º 14 (2.ª série) de 30 do mesmo mês, foi promovido a capitão e colocado no Estado-maior de Infantaria. Foi proposta a sua condecoração com a medalha de Prata de comportamento exemplar em 17 de Novembro de 1917 e por Ordem de Serviço n.º 146 de 10-12 da 4.ª Brigada passou a exercer interinamente o cargo de ajudante de Brigada, que acumulava com o seu.
Da sua ficha conta ainda outros dados. Teve licença de campanha por 30 dias a partir de 12 do mês de Dezembro de 1917. Por Ordem de Serviço n.º 214 de 28 de Dezembro da 4.ª Brigada foi “Louvado por, durante a permanência da Brigada na frente ter desempenhado com toda a proficiência, cuidado e zelo todos os serviços de que estava encarregado”. E em 10 de Janeiro de 1918 deixou de exercer as funções de ajudante de Brigada (O.S. da 4.ª B.I. n.º 1 de 11).
Gozou a sua licença, da qual retornou a 6 de Março de 1918. As memórias familiares fizeram chegar a Carlos Ribeiro o itinerário da sua Licença de Campanha. Esteve em Portugal, tendo visitado os seus, como era de esperar de um homem com arreigado sentido familiar. Antes de retornar, já em Março, terá estado em Viana. Ali se despediu-se do irmão e dos sobrinhos, que já estavam na cama. Regressou a França.
Desta época, logo após o seu regresso ao campo de batalha, datará a sua última fotografia. Em 9 de Abril foi inicialmente dado como desaparecido em combate, tendo aparecido morto em Lavantie, “recolhido no posto de Nouveau-monde não tendo sido possível fazer o seu enterramento por bombardeamento do posto”. Foi inicialmente sepultado no Cemitério de Le Touret e posteriormente reenumado no Cemitério Militar Português de Richebourg l’Avoué, talhão 7, fila G, coval 17. Ali se encontra um bravo minhoto, um membro da famosa Brigada do Minho, um homem, um soldado, e um combatente mais que Portugal viu cair naquele dia fatídico de 9 de Abril de 1918.
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