Alunos do 9º Ano do Agrupamento de Escolas Reynaldo dos Santos partilham experiências, falam sobre a Memória da Grande Guerra e visitam a exposição «Portugal na Grande Guerra»

Os professores do Agrupamento de Escolas Reynaldo dos Santos, situado em Vila Franca de Xira, resolveram desafiar os seus alunos e registaram as suas respostas, bem como as suas experiências e opiniões. Numa escola cujo patrono, o conceituado médico Reynaldo dos Santos, foi membro do Serviço de Saúde do Corpo Expedicionário Português em França, os alunos foram confrontados com a história de um conflito que necessitamos compreender e recordar cada vez mais. Levaram a cabo iniciativas diversas, relacionadas com a angariação de memórias familiares da Grande Guerra, e visitaram a exposição Portugal e a Grande GuerraPartilhamos agora as respostas dos alunos ao desafio, que tão bem reflectem o crescente interesse pelo tema da Grande Guerra e pela tão desconhecida presença portuguesa neste conflito, em África ou em França. A dinamização nas escolas é evidente. E no Agrupamento de Escolas Reynaldo dos Santos, mobiliza já muitos professores, alunos e pais. 

Dias da memória


Ponto de partida: as iniciativas Entre guerras, que tal a paz? (na escola) e Dias da memória (Assembleia da República). Desafio: expressar opinião acerca da importância da partilha de memórias familiares para a compreensão da história.

Alexandre Pires:

«(...) vai ajudar-nos a descobrir a opinião de cada soldado sobre a guerra.»

Ana Cação:

«(...) mostramos que nos importamos com o que as nossas famílias eram naquela altura.»

Ana Soares:

«(...) é bastante importante ficarmos a conhecer melhor certos acontecimentos dos quais fizeram parte (...) os nossos familiares. (...) quando se vê pessoalmente um objeto, é totalmente diferente, é como se se tornasse tudo mais real.»

Ana Vilela:

«(...) os alunos e as alunas têm outra maneira de ver a história e têm mais interesse em estudá-la.»

Bárbara Alcobia:

«É importante passar de geração em geração os episódios vividos pelos nossos familiares para perceber melhor a vida deles e compreender melhor a história.»

Beatriz Azevedo:

«(...) toda a comunidade tem a oportunidade de uma relação mais próxima com o passado. (...) nada se compara à sensação de ter um objeto verdadeiro, disponível, ao vivo; é como se, por momentos, se revivesse o passado (através) das histórias recontadas pelas famílias dos soldados que estiveram na guerra. (...) Este tipo de experiência é único!»

Beatriz Nunes:

«(...) dá-nos a oportunidade de podermos ver (os objetos) para sabermos como realmente eram.»

Bruna Graciano:

«(...) este pequeno gesto (a partilha) faz toda a diferença para que possamos aprender (e fazer) uma espécie de viagem no tempo para recordarmos e revivermos o que os nossos antepassados viveram.»

Carina Cardoso:

«(...) assim não esquecemos as pessoas das nossas famílias – as que conhecemos e as que não chegámos a conhecer. (...) compreendemos melhor o que aconteceu e como aquelas pessoas viviam em época de guerra.»

Carlota Henriques:

«(...) faz-nos recuar no tempo e pensar como terá sido a vida naquela época (...) faz-nos querer saber como eram os nossos familiares. Muitas vezes temos a impressão que os acontecimentos históricos não foram "reais" porque não temos acesso a este tipo de objetos mas (com esta iniciativa) vamos partilhar grande parte da história ainda não revelada.»

Carolina Pereira:

«(...) dá-nos outra versão da guerra (...) dando-nos uma perceção mais profunda sobre o que as pessoas possam ter sentido quando a guerra se instalou.»

Catarina Pedro:

«Todas as famílias têm uma parte da sua história para juntar a outras. Assim se vai, aos poucos reconstruindo a história. Se não fossem as memórias não saberíamos nem metade do que sabemos hoje sobre o nosso passado e o do nosso país.»

Cristiana Bexiga:

«(...) o facto de se encontrarem coisas tão antigas dos antepassados, deve ser das coisas mais interessantes (...) ajuda a perceber ainda melhor o que se passou (...) une um pouco mais a família (...) e é muito bom para o conhecimento da história.»

Daniela Silva:

«O objeto até pode ser apenas um pedaço de tecido mas o sentimento daquele pode ter mais valor do que pensamos.»

Diogo Henriques:

«(...) ajuda-nos a perceber o ambiente daqueles dias de guerra e a criar memórias para que também outros consigam saber como eram as coisas.»

Elvin Queta:

«(...) dá-nos alguma perceção acerca do que os nossos antepassados fizeram. (...) uma experiência assim só o é, verdadeiramente, quando partilhada.»

Filipe Sousa:

«(...) quando as pessoas ouvem falar desta iniciativa (da escola), vão procurar lá em casa e podem descobrir coisas bastante interessantes.»

Francisco Brígida:

«Todos temos o direito de saber um pouco mais sobre a importância que um familiar teve para a nossa vida de hoje.»

Francisco Silva:

«(... visitar a exposição) é como se tivéssemos feito uma viagem pelo passado. (...) por isso acho importante partilhar memórias com o mundo para que se possa saber a história das pessoas.»

Frederico Capucha:

«(...) podem-se descobrir novas facetas de acontecimentos que se consideravam "encerrados" ou, até, mesmo, descobrir novos. Isto mostra que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo pode ter um papel importante na história, tanto na passada mas também naquela que se faz no dia-a-dia.»

Inês Santos:

«Com estes objetos que se partilham estamos mais perto de descobrir o que precisamente aconteceu (na Primeira Guerra) já que a maior parte das pessoas que viveu nesse tempo, não está cá para nos contar.»

Inês Martinho:

«Acho importante a partilha de memórias para as pessoas verem como outras sofreram e muitas, ainda assim, sobreviveram.»

Jéssica João:

«(...) a história somos nós (...) cada um de nós é único, diferente. Ao partilhar vivências com o mundo podemos, até mesmo, quem sabe, mudar a história.»

Joana Guerra:

«(...) não são só os homens, os heróis da guerra. As mulheres (...) também são heroínas por terem ficado sozinhas a cuidar dos filhos enquanto viviam na angústia de saber se os seus homens voltariam ou não da guerra.»

Joana Mafalda:

«Se todos nós procurássemos alguma coisa alusiva à 1ª Guerra Mundial, poderíamos completar esta história a nível global.»

Joana Silva:

«(as iniciativas Dias da Memória e a exposição da escola) são uma excelente ideia. Na minha opinião deveriam promover-se ainda mais eventos deste género pois ajudam a compreender melhor a história.»

João Lourenço:

«(...) é uma oportunidade fantástica (...) pois nos objetos podemos tocar, sentir (...) aquilo por que as pessoas passaram (...) e a intensidade deles é enorme.»

João Firmino:

«(Estas iniciativas) permitem redefinir a história.»

João Fonseca:

«Vendo estes objetos (...) podemos descobrir como os soldados se sentiam, quais as suas opiniões sobre a guerra, tal como descobrir como era estar na guerra, longe da família e dos amigos.»

Laura Barroso:

«(...) descobrir estas memórias deve ser bastante bom (...) para relembrar e reviver a emoção que estes objetos nos trazem (ao) partilhá-los com muitas pessoas.»

Luís Antunes:

«A partir de memórias familiares, nós podemos saber na primeira pessoa como era a vida durante a 1ª Guerra Mundial, por parte de quem a vivia de perto. Algo que não vem nos livros.»

Margarida Morais:

«(...) é importante para podermos conhecer, cada vez melhor, o nosso passado para, no futuro, não cometermos os mesmos erros. Aquela ligação que se sente com um objeto que pertenceu/faz parte das vivências de alguém, é de uma intensidade fantástica que nenhuma imagem poderá alguma vez igualar.»

Margarida Rodrigues:

«Quando partilhamos uma memória estamos a dar oportunidade a outro de "viver" esse momento.»

Maria Lopes:

«Passámos por coisas muito duras e agora estamos cá para contar a história e mostrar como conseguimos ultrapassar.»

Mariana Estanislau:

«(...) há partes da história ainda desconhecidas. (...) com a procura de memórias, conseguimos descobrir um pouco mais da nossa história familiar e, depois, podemos, partilhando a informação adquirida, dar a conhecer pessoas, ditas menos importantes mas que, também foram muito importantes na história.»

Miguel Borralho:

«(Se não fizermos nada em contrário) com a passagem do tempo, os objetos perdem-se e há histórias que ficam por contar.»

Nara Varela:

«Se eu encontrasse em casa objetos (...) era como ir ao fundo da 1ª Guerra Mundial.»

Neuza Lopes:

«Estamos a tentar fazer com que as outras pessoas percebam o que aconteceu, em Portugal e no mundo há cem anos.»

Nicole Lopes:

«Ao partilharmos pequenas histórias é como se reconstruíssemos a grande história do mundo.»

Rafael Simões:

«Acho que todas as pessoas deviam partilhar (...) memórias pois seria importante (...) sentir o que aqueles homens sentiram na guerra.»

Raquel Simões:

«(...) com esses objetos é possível compreender o que aconteceu na 1ª Guerra Mundial.»

Rafaela Lima:

«(...) se relacionarmos as nossas histórias com outras poderemos descobrir mais sobre o passado, o nosso e o dos outros (...desde) o militar de carreira ao simples camponês: ambas as partes são relevantes.»

Rita Menino:

«(...) ao encontrarmos essas memórias, ficamos não só a perceber um pouco melhor a nossa família (...) como, se as divulgarmos podemos ajudar os investigadores a aprofundar alguns conhecimentos.»

Rui Moreira:

«Este projeto permite-nos reescrever a história.»

Sara Ferro:

«(...) ao partilhar as histórias com outros, estamos, ao mesmo tempo, a partilhá-las com nós próprios; (...) traz de volta as memórias esquecidas e a descoberta de coisas maravilhosas. (...) poder tocar e ver em tempo real coisas tão antigas (...) isso é fascinante.»

Sara Nascimento:

«A meu ver, uma história sobre a história do nosso país cativa muito mais (...) Com um objeto nas nossas mãos parece que a emoção é maior e quase conseguimos perceber como eles se sentiam.»

Telma Mendes:

«(...) ao partilharmos uma história com outros (...) estamos a preservar a história do nosso país.»

 

Pós - exposição «Portugal e a Grande Guerra»

Ana Vilela

«(...) a visita valeu a pena, sempre aprendi mais alguma coisa: vi com os meus próprios olhos algumas coisas que nós só vemos, ou pelo manual ou pelo projetor e, ali, temos a perceção de como são as coisas na realidade.»

Bernardo Miranda

«(...) por mim, era capaz de estar ali (na exposição) a tarde toda pois tenho muito interesse na guerra e também penso nas famílias que perderam soldados em combate.»

Carolina Pereira

«Gostei especialmente da reconstituição da trincheira pois penso que nos permitiu "voltar ao passado" e ver com o que os soldados tinham de debater-se diariamente.»

Catarina Tarracha

«(...) gostei muito desta visita. Penso que só fiquei a ganhar e que foi também uma mais valia para todos. Penso também que este tipo de atividade deveria repetir-se mais vezes.»

Filipa Charana

«(...) valeu a pena ir à Assembleia da República. Ajudou muito a adquirirmos conhecimentos mais profundos sobre a matéria que estamos a dar neste momento em História.»

Gonçalo Ildefonso

«(...) recomendo esta exposição porque para além de ser interessante e bem organizada, permite-nos "estar na guerra" e aprender muitos factos sobre ela.»

Inês Soares

«É importante visitar estas exposições para despertar a curiosidade das pessoas ao. ver as situações vividas no passado. Gostei imenso.»

Joana Guerra

«Nós só estivemos lá dentro (na reconstituição da trincheira) uns segundos e foram os mais longos. Agora imaginem os pobres soldados que estiveram dias e dias, meses dentro daquelas trincheiras!»

Joana Silva

«(...) só o facto de termos visto estes objetos que um dia foram utilizados numa das maiores guerras de sempre é fascinante. Agradeço bastante ter ido a esta visita de estudo (...) Dou os meus sinceros parabéns a quem organizou esta esplêndida exposição.»

Margarida Rodrigues

«(...) é sempre diferente estar numa sala, sentada a ouvir, ou ir ao local onde podemos ver e mexer em objetos de há cem anos que "observaram tanto" e passaram pela guerra. (...) Esta exposição não é apenas uma exposição, é uma aula que todos deveríamos ter para a sociedade ter noção dos seus antepassados e do que se passou na Grande Guerra. (...) acho que me ajudou muito na disciplina de História pois é exatamente a matéria que estou a dar.»

Maria Lopes

«Agora que já vimos bem e percebemos o que aconteceu, é a nossa vez de mostrar às pessoas e fazê-las perceber o que aconteceu realmente, para não voltar a acontecer o mesmo.»

Nair Fraga

«(...) o que mais me fascinou foi a "floresta de memórias" (os postais suspensos), sim, lembro-me que quando lá entrei parecia que, de repente, tinha ficado sozinha, (...) só eu e os postais (que os soldados escreviam às famílias). (...) gostei tanto da visita que não me importava de repetir tudo outra vez; até já disse aos meus pais que queria lá voltar.»

Ottoniela Mendes

«No geral estava tudo bem organizado e para mim serviu para melhorar a minha aprendizagem. Espero que para os meus colegas tenha sido igual.»

Raquel Nobre

«No fim desta exposição fiquei a pensar nas causas que levaram a esta guerra. Como o assassinato de um arquiduque pode matar milhões de pessoas de várias nações que não queriam estar ali a matar outras.»

Rodrigo Pedro

«Espero, este ano, poder ir a outra exposição. (...) vou pesquisar mais pois, de certeza, que em outras partes do mundo há muito mais coisas e exposições que gostaria de visitar. É um espetáculo observar de perto objetos que há 100 anos "participaram" na 1ª Guerra Mundial.»

Rui Moreira

«(...) a visita de estudo foi muito boa para cativar a minha atenção para a história de Portugal (...); foi a primeira vez que vi objetos daqueles sem ser só em fotografias.»

Silvana Mendes

«(...) adorei saber que o professor Reynaldo dos Santos, fundador da minha escola, participou na I Guerra Mundial, o que é um orgulho para os estudantes da escola. (...) acho importante haver exposições como esta para as pessoas poderem despertar a sua curiosidade sobre a história da vida.»

 

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