Armando Artur Barbosa da Fonseca Cardoso, alferes miliciano do Regimento de Infantaria nº 6, casado com Maria Amália Barbosa Cardoso, e natural de Viana de Castelo, morava no Porto, na Rua da Paz nº 87-A quando a guerra em França o chamou para as suas fileiras. Embarcaria para França a 9 de Março de 1917. Terminou a sua instrucção de granadeiro em 10 de Abril e partiu com o seu regimento para as linhas.
Contudo, a guerra seria rapidamente cruel para este jovem de olhar expressivo, que podemos observar na fotografia que a nós chegou, tirada antes da sua partida para a guerra. A 13 de Junho de 1917 seria ferido por gazes, como refere a ficha, hoje depositada no Arquivo Histórico Militar em Lisboa. Baixando nesse mesmo dia a uma Ambulância, teria alta 4 dias depois, a 16 de Junho, mas não mais seria o mesmo. Foi louvado, porque o seu posto, o qual comandava, foi bombardeado por granadas de gás, e tendo sido forçado a evacuar o mesmo, exactamente por ter sido severamente gaseado e precisar de se dirigir a um posto de socorros, para receber ajuda médica, se deparou com um soldado ferido, o soldado nº 121 da 2ª companhia, que transportou aos ombros. Trouxe-o da 1ª linha para o posto de socorros, mesmo encontrando-se severamente intoxicado, o que evidenciou um enorme espírito de sacrifício e dedicação pelos seus subordinados.
O peso do soldado sobre os seus ombros acabaria por ser pouco face ao peso que carregaria para o resto da sua curta vida, face à intoxicação que tinha sofrido. Teve licença da Junta por 45 dias, que foi prorrogada por mais tempo, porque o caso era, com toda a certeza, grave. Foi condecorado com uma Cruz de Guerra de 3ª Classe, merecida, mas que não lhe restituiu a saúde. Pese embora tenha tentado continuar no activo, baixaria ao hospital a 7 de Janeiro de 1918, tendo alta poucos dias depois mas sendo julgado incapaz do serviço activo em campanha.
Permaneceria em França, no Depósito de Adidos do Corpo, sendo dali transferido para o D.E.I., o Depósito de Expediente e Impressos. A 20 de Dezembro de 1918 é então enviado do Depósito de Materiais da Base para o Porto de Desembarque, em Brest, porque dali sairia para Portugal, em navio que o transportaria para Lisboa, onde aporta a 5 de Fevereiro de 1919.
Armando Artur pouco nos deixou. A sua fotografia, deixada ao seu amigo, cujo espólio chegou até nós, data de Abril de 1917… É anterior a toda a desgraça que lhe ocorreu, tirada às vésperas da sua partida, em que o vemos garboso e de boa saúde. Procurando o seu nome num motor de pesquisa na internet, deparamo-nos com a informação de que viria a falecer em 1930. E num site de genealogia vemos, uma vez mais, o jovem que desafia a câmara, com o seu belo bigode, e a farda aprumada, numa pose elaborada para a máquina fotográfica e para o futuro.
Talvez os seus familiares desconheçam a sua história. Talvez não saiba da fotografia que deixou a um amigo e camarada de guerra. Talvez esta memória de Armando Artur Barbosa da Fonseca Cardoso chegue mais longe e ultrapasse barreiras, e saibamos mais sobre este combatente num futuro mais ou menos próximo.
Porque a Memória está sempre em movimento, e sobre a Grande Guerra e sobre os que nela combateram, existe ainda tanto por saber.
Site de internet consultado aqui
Contudo, a guerra seria rapidamente cruel para este jovem de olhar expressivo, que podemos observar na fotografia que a nós chegou, tirada antes da sua partida para a guerra. A 13 de Junho de 1917 seria ferido por gazes, como refere a ficha, hoje depositada no Arquivo Histórico Militar em Lisboa. Baixando nesse mesmo dia a uma Ambulância, teria alta 4 dias depois, a 16 de Junho, mas não mais seria o mesmo. Foi louvado, porque o seu posto, o qual comandava, foi bombardeado por granadas de gás, e tendo sido forçado a evacuar o mesmo, exactamente por ter sido severamente gaseado e precisar de se dirigir a um posto de socorros, para receber ajuda médica, se deparou com um soldado ferido, o soldado nº 121 da 2ª companhia, que transportou aos ombros. Trouxe-o da 1ª linha para o posto de socorros, mesmo encontrando-se severamente intoxicado, o que evidenciou um enorme espírito de sacrifício e dedicação pelos seus subordinados.
O peso do soldado sobre os seus ombros acabaria por ser pouco face ao peso que carregaria para o resto da sua curta vida, face à intoxicação que tinha sofrido. Teve licença da Junta por 45 dias, que foi prorrogada por mais tempo, porque o caso era, com toda a certeza, grave. Foi condecorado com uma Cruz de Guerra de 3ª Classe, merecida, mas que não lhe restituiu a saúde. Pese embora tenha tentado continuar no activo, baixaria ao hospital a 7 de Janeiro de 1918, tendo alta poucos dias depois mas sendo julgado incapaz do serviço activo em campanha.
Permaneceria em França, no Depósito de Adidos do Corpo, sendo dali transferido para o D.E.I., o Depósito de Expediente e Impressos. A 20 de Dezembro de 1918 é então enviado do Depósito de Materiais da Base para o Porto de Desembarque, em Brest, porque dali sairia para Portugal, em navio que o transportaria para Lisboa, onde aporta a 5 de Fevereiro de 1919.
Armando Artur pouco nos deixou. A sua fotografia, deixada ao seu amigo, cujo espólio chegou até nós, data de Abril de 1917… É anterior a toda a desgraça que lhe ocorreu, tirada às vésperas da sua partida, em que o vemos garboso e de boa saúde. Procurando o seu nome num motor de pesquisa na internet, deparamo-nos com a informação de que viria a falecer em 1930. E num site de genealogia vemos, uma vez mais, o jovem que desafia a câmara, com o seu belo bigode, e a farda aprumada, numa pose elaborada para a máquina fotográfica e para o futuro.
Talvez os seus familiares desconheçam a sua história. Talvez não saiba da fotografia que deixou a um amigo e camarada de guerra. Talvez esta memória de Armando Artur Barbosa da Fonseca Cardoso chegue mais longe e ultrapasse barreiras, e saibamos mais sobre este combatente num futuro mais ou menos próximo.
Porque a Memória está sempre em movimento, e sobre a Grande Guerra e sobre os que nela combateram, existe ainda tanto por saber.
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