José Machado, um lavrador nascido em 8 de Abril de 1895 na freguesia de Codeçoso, município de Celorico de Basto, alistou-se no Exército em 13 de Maio de 1916, tendo sido incorporado no Regimento de Infantaria 20. Como soldado do 4º Batalhão, 3ª Companhia, embarcou em Lisboa rumo à Flandres no dia 23 de Maio de 1917. Em Agosto desse ano é punido com 10 dias de detenção por “ter faltado aos trabalhos”, segundo o seu boletim individual do Corpo Expedicionário Português.
Durante a sua estadia na frente de guerra pede para lhe escreverem um postal à mãe, no qual conta que estava a ser tão bem tratado como os “criados do senhor”, o que, segundo duas filhas ouvidas pela neta Aida Caldeira quereria dizer que estava infestado de piolhos. No mês seguinte, é ferido por um estilhaço numa perna e evacuado para o hospital. A neta desconhece a gravidade dos ferimentos e em que circunstâncias estes ocorreram, mas segundo algumas filhas do soldado José Machado, este terá ficado três meses numa quinta, em França, a recuperar. Os proprietários da quinta gostavam muito dele por o considerem um grande trabalhador. Regressa a Portugal em 1919, tendo desembarcado em Lisboa no dia 5 de Março. Foi depois metido num comboio, num vagão cheio de presuntos, e deixado numa localidade um pouco distante de Codeçoso, segundo contaram duas tias a Aida Caldeira. Chegou a pé à sua terra natal, onde já se rezavam missas pela sua alma, uma vez que era o único militar que ainda não tinha regressado da guerra. Casou e teve 10 filhos. Baixou do serviço militar por incapacidade física a 16 de Janeiro de 1922. Recebeu uma medalha de mérito militar.
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