De Eurico Cunha Barbeitos da Silva pouco se sabe. Chegou até nós nos Dias da Memória, trazido por Victor Neto, em meio a um enorme espólio, mas sem memórias. A curiosidade levou-nos a procurar saber mais acerca deste homem que, em pé, se faz acompanhar de outros camaradas convalescentes de guerra em Ambleteuse. E uma legenda que diz que faziam parte do sacrificado e infeliz R.I. 7. Quem era Eurico? Como teria adoecido. Esta é a história de um homem, um gaseado, e um convalescente desconhecido até agora, um soldado da Grande Guerra. 

Maria Madalena Dias Marques Contente veio aos Dias da Memória na Assembleia da República com o claro desejo de recordar o seu avô materno, Francisco Dias Júnior, ao qual ouviu, enquanto criança, as histórias que o mesmo contava sobre a sua ida a uma antiga guerra, já longínqua, soando a aventura e desconhecido. Com o avançar da entrevista, viria a referir que Francisco não foi à guerra sozinho. Na sua família também o irmão António foi enviado para combater na grande conflagração mundial. Esta é a história e a memória das suas próprias memórias de infância.

A mãe de Ângelo Queiroz da Fonseca faleceu em 2013 com 102 anos, idade que lhe permitiu recordar, durante largos e bons anos, a vida e a história do seu pai, Evaristo Augusto Duarte Geral, que esteve em África e em França durante a Grande Guerra. Em memória de ambos, Ângelo trouxe aos Dias da Memória na Assembleia da República o que sabia deste médico-militar, que de África viria para Portugal, para fazer parte do Serviço de Saúde do Corpo Expedicionário Português. E trazia ainda consigo a esperança de poder saber um pouco mais, imbuído do espírito de partilha que tanto procuramos nos Dias da Memória. Esta é, pois, a sua história e a de seu avô materno. 

Seu irmão faleceu a 9 de Abril de 1918, marcando para sempre a história familiar com aquele dia fatídico. Para José Diogo da Fonseca Guerreiro, participar na Grande Guerra simbolizaria igualmente encetar um caminho repleto de dor e sofrimento. A sua sobrinha, Maria Eduarda, acompanhada da nora, Rosarinho Rodrigues, decidiu visitar-nos nos Dias da Memória na Assembleia da República. Com ela trazia várias histórias de família e, entre elas, a de José Diogo, ou a memória de um médico que nunca falou na guerra.