Partiu para França em 22 de Abril de 1917, fazendo parte do C.E.P., Corpo Expedicionário Português, na qualidade de Chefe dos Serviços de Saúde do Batalhão de Infantaria n.28, onde permaneceu até Setembro do mesmo ano, data em que foi colocado no Batalhão de Infantaria nº 1. Em Janeiro de 1918 baixou ao Hospital de Merville, pois tinha sido gaseado na época de Ano Novo. Tudo porque, aquando da passagem do Natal nas trincheiras, os Aliados, tentando aproveitar-se do efeito surpresa, atacaram o inimigo. Era habitual nessa quadra respeitar-se uma trégua mas alguém resolveu não o fazer. Nessa altura, Carlos Cipriano virou-se para os companheiros e disse: "- Esperam pela volta." Resultado: Quando do Ano Novo as trincheiras dos Aliados foram atacadas e os soldados gaseados. Na tentativa de apoiar rapidamente os seus companheiros, Carlos Cipriano retirou inadvertidamente a máscara de protecção que lhe prejudicava os movimentos de socorro aos colegas. Consequência disso, acabou por ele próprio ser afectado com o gás tóxico e recolher ao hospital de campanha.
Veio então a Licença de Campanha. Em Portugal foram-lhe concedidas outras licenças de Junta e, já prestes a regressar a França, dá-se o Armistício, em 11 de Novembro, e ele já não regressa. Em Portugal prestou serviço no I Batalhão de Artilharia de Costa e em Junho de 1919 foi colocado na GNR, onde prestou serviço durante vinte e um anos, tendo exercido a função de Chefe de Serviço de Saúde daquela Corporação desde Junho de 1938 até Setembro de 1940, data em que a seu pedido deixou o serviço da GNR, tendo sido duas vezes loudo pelo General Farinha Beirão.
Prestou serviço em Tavira no Curso dos Sargentos Milicianos desde Outubro de 1940 a Março de 1941, data em que assumiu a direção do Hospital Militar de Belém. Em Setembro de 1943 foi colocado como diretor do Depósito de Material Sanitário sendo em Março de 1944 colocado em Coimbra como Inspetor de Saúde da II Região Militar, onde se conservou até 4 de Março de 1946 data em que foi à Junta e passou à reserva, no posto de Tenente-Coronel.
Possuía as medalhas: Medalha da Vitória I Guerra Mundial, Comportamento Exemplar, Segurança Pública e Assiduidade, Campanha do Exército Português 1916 e os Graus de Oficial e Comendador da Ordem Militar de Aviz. Foi médico substituto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Faleceu no dia 20 de Fevereiro de 1961.
Consultar informação original em:
http://issuu.com/correiasepulveda/docs/tenente.coronel_m__dico_carlos_cipr
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