No início do século XX, Garcez contribuiu com o seu trabalho para o nascimento do fotojornalismo português. Quando foi convidado por Norton de Matos, em 1916, já era um repórter fotográfico conhecido, trabalhando para vários jornais de Lisboa. As suas imagens do front da Flandres foram publicadas abundantemente nas revistas Illustração Portugueza e Portugal na Grande Guerra. Participou em várias exposições de propaganda, com destaque para a exposição fotográfica inter-aliada em Paris, em Novembro de 1917. Foi também publicado na capital francesa dois álbuns de 72 postais baseados nas suas fotografias.
A sua câmara fotográfica registou os treinos da Divisão de Instrução em Tancos e, mais tarde, a instrução complementar em França no campo central de Marthes. Foi feita uma cobertura exaustiva das visitas oficiais à frente portuguesa e do funcionamento quotidiano da “máquina” do CEP no terreno, dos seus diferentes serviços, assim como da vivência dos soldados nas trincheiras e nos postos da retaguarda. Vários aspectos captaram também as paisagens e as ruínas da frente portuguesa no vale do rio Lys, já então consideravelmente destruída em três anos de guerra.
Depois do Armistício, Garcez registou a participação de batalhões nacionais nas festas da Vitória em Paris, Londres e Bruxelas, em Julho de 1919. Regressado a Portugal, documentou por fim as cerimónias fúnebres dos Soldados Desconhecidos da Europa e África, que tiveram lugar em Lisboa e no mosteiro da Batalha, a 9 e 10 Abril de 1921. Abandonou a reportagem fotográfica em 1923.
A sua prolífica actividade ao serviço do CEP em França reuniu uma colecção de imagens imprescindível para conhecermos a história da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial.
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