Capitão do serviço artístico do Corpo Expedicionário Português, Adriano de Sousa Lopes (1879-1944) foi o único pintor oficial do Exército em França em 1917-18. Durante mais de duas décadas Sousa Lopes desenvolveu o seu trabalho em diferentes técnicas: centenas de desenhos de campo, cobrindo desde os combates na primeira linha até à instrução militar nos campos da retaguarda, uma série de quinze gravuras a água-forte e, no campo da pintura, as sete telas monumentais do Museu Militar de Lisboa.
Formado em pintura histórica nas escolas de belas-artes de Lisboa e de Paris, onde fixou residência em 1903, a sua arte de inspiração literária desenvolveu temas da história de Portugal, tendo sido um expositor regular nos salões da prestigiada Sociedade dos Artistas Franceses. Vivendo em França até meados da década de 1920, a sua pintura absorveu estilos como o Simbolismo e sobretudo a técnica colorista dos Impressionistas, apurada nas paisagens executadas em Veneza, Saint-Tropez e na Costa de Caparica.
Testemunhando a mobilização da sociedade francesa em 1914 e inspirado pelo trabalho de artistas oficiais nas revistas de grande circulação como a L’Illustration, Sousa Lopes propôs o seu plano ao Ministério da Guerra português em Abril de 1917. Antes de partir para a Flandres, o artista anunciou nos jornais a sua missão de propaganda do esforço militar do país mas, como aconteceu com tantos dos seus pares europeus, o testemunho da frente ocidental mudou seus planos. Confrontado com a realidade cruel das trincheiras e o quotidiano dos “lãnzudos” portugueses, a sua missão inicial tranformou-se numa visão mais pessoal da guerra, destinada a imortalizar a acção e drama humano da Flandres.
O friso monumental A Rendição e a notável colecção de gravuras estão entre as obras-primas da sua carreira. A primeira representa um pelotão exausto saindo da primeira linha, retrato colectivo da experiência traumática das trincheiras. As figuras dos soldados maiores que o natural, vestindo pelicos e safões dos pastores alentejanos, são dignificadas no seu esforço dispondo-as como num friso antigo. Mais tarde Sousa Lopes foi executando uma série de águas-fortes a partir dos seus cadernos de campo: soldados de pé ao parapeito, vigiando um inimigo invisível; uma patrulha de reconhecimento rastejando na terra de ninguém, iluminada pela luz dos very-lights; os defensores de La Couture bombardeados na manhã da batalha do 9 de Abril 1918; ou simbólicas evocações da guerra, como a sepultura de um soldado português desconhecido perdida na planície humida da Flandres.
Actualmente os trabalhos mais representativos do capitão-artista podem ser vistos no Museu Militar de Lisboa, nas salas da Grande Guerra contruídas na década de 1930, para albergar sete pinturas monumentais. Aí o visitante pode ver cenas de perigosas operações na frente, como o remuniciamento das baterias de artilharia debaixo de fogo inimigo, episódios dramáticos da batalha do Lys ou a luta desigual da Marinha contra os submarinos no Atlântico. Uma pungente homenagem é encenada em As Mães do Soldado Desconhecido, episódio testemunhado nas cerimónias fúnebres de 1921 no mosteiro gótico da Batalha.
Estas obras de Sousa Lopes são consideradas justamente como as melhores e mais autênticas pinturas de batalha da arte portuguesa.
Formado em pintura histórica nas escolas de belas-artes de Lisboa e de Paris, onde fixou residência em 1903, a sua arte de inspiração literária desenvolveu temas da história de Portugal, tendo sido um expositor regular nos salões da prestigiada Sociedade dos Artistas Franceses. Vivendo em França até meados da década de 1920, a sua pintura absorveu estilos como o Simbolismo e sobretudo a técnica colorista dos Impressionistas, apurada nas paisagens executadas em Veneza, Saint-Tropez e na Costa de Caparica.
Testemunhando a mobilização da sociedade francesa em 1914 e inspirado pelo trabalho de artistas oficiais nas revistas de grande circulação como a L’Illustration, Sousa Lopes propôs o seu plano ao Ministério da Guerra português em Abril de 1917. Antes de partir para a Flandres, o artista anunciou nos jornais a sua missão de propaganda do esforço militar do país mas, como aconteceu com tantos dos seus pares europeus, o testemunho da frente ocidental mudou seus planos. Confrontado com a realidade cruel das trincheiras e o quotidiano dos “lãnzudos” portugueses, a sua missão inicial tranformou-se numa visão mais pessoal da guerra, destinada a imortalizar a acção e drama humano da Flandres.
O friso monumental A Rendição e a notável colecção de gravuras estão entre as obras-primas da sua carreira. A primeira representa um pelotão exausto saindo da primeira linha, retrato colectivo da experiência traumática das trincheiras. As figuras dos soldados maiores que o natural, vestindo pelicos e safões dos pastores alentejanos, são dignificadas no seu esforço dispondo-as como num friso antigo. Mais tarde Sousa Lopes foi executando uma série de águas-fortes a partir dos seus cadernos de campo: soldados de pé ao parapeito, vigiando um inimigo invisível; uma patrulha de reconhecimento rastejando na terra de ninguém, iluminada pela luz dos very-lights; os defensores de La Couture bombardeados na manhã da batalha do 9 de Abril 1918; ou simbólicas evocações da guerra, como a sepultura de um soldado português desconhecido perdida na planície humida da Flandres.
Actualmente os trabalhos mais representativos do capitão-artista podem ser vistos no Museu Militar de Lisboa, nas salas da Grande Guerra contruídas na década de 1930, para albergar sete pinturas monumentais. Aí o visitante pode ver cenas de perigosas operações na frente, como o remuniciamento das baterias de artilharia debaixo de fogo inimigo, episódios dramáticos da batalha do Lys ou a luta desigual da Marinha contra os submarinos no Atlântico. Uma pungente homenagem é encenada em As Mães do Soldado Desconhecido, episódio testemunhado nas cerimónias fúnebres de 1921 no mosteiro gótico da Batalha.
Estas obras de Sousa Lopes são consideradas justamente como as melhores e mais autênticas pinturas de batalha da arte portuguesa.
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