Carlos Ribeiro decidiu contar-nos a história do seu tio-avô, o «Tio Bispo», D. António Manuel Pereira Ribeiro, padrinho do seu pai, e que em 1956 se terá deslocado a Viana para casar o mesmo com sua mãe. Faleceria pouco tempo depois. D. António foi Bispo do Funchal e, para além de uma vida dedicada a Deus e aos seus fiéis, presidiu igualmente ao funeral de Carlos I da Áustria e IV da Hungría, último imperador da Áustria, Rei da Hungria e da Boêmia entre 1916 e 1918. Este viria a falecer em 1922 no Funchal, onde se encontrava exilado. Carlos Ribeiro recorda-nos assim a história de alguém que viveu de longe a Grande Guerra, mas não longe o suficiente para não sofrer com o destino do Homem, tendo perdido o seu irmão Luíz Gonzaga do Carmo Pereira Ribeiro a 9 de Abril, visto a sua amada Funchal bombardeada pelos alemães, e cumprido tão importante papel no rescaldo do conflito, alguns anos depois.

O Cristo das trincheiras

Soldado do C.E.P. junto da imagem do Cristo das trincheiras.

Futura esposa do Professor Doutor Luís António Martins Raposo, D.ª Antónia fez uma promessa pelo seu retorno, são e salvo, de terras de França, quando soube que o seu noivo partiria para a guerra. A promessa foi feita à Nossa Senhora da Batalha, e seria, como ainda hoje podemos ver, cumprida, quando o oficial médico regressou a Portugal. Uma interessante história de como a sociedade reflectia sobre a partida dos nossos combatentes para o conflito, e de como mães, esposas, irmãs, namoradas e noivas, tentavam ultrapassar a angústia de não saber dos homens que para lá partiam.

A 13 de Outubro de 1917 deu-se em Fátima o que os crentes no fenómeno mariano denominaram de «Milagre do Sol», reportado por inúmeros jornais e por centenas de fiéis que, já na altura, se dirigiam ao local onde, futuramente, se construiria o Santuário.