Francisco do Carmo Laboreiro de Villa-Lobos nasceu em Lisboa, a 5 de Fevereiro de 1899, no seio de uma família aristocrata oriunda do Alentejo. Ficou órfão com apenas 10 anos de idade, passando a viver com o irmão e as duas irmãs em casa da avó paterna. Alistou-se voluntariamente no Exército com 16 anos. No dia 8 de Agosto de 1917 embarcou rumo a França integrado na 3ª Companhia do Batalhão de Infantaria nº 2, com a placa de identidade número 61.239. Após a batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918, este soldado português foi transferido para a 2ª Companhia do 2º Batalhão da 5ª Brigada de Infantaria. Mais tarde, incorporou a 3ª Companhia do 3º Batalhão da Brigada do Minho.
Após a assinatura do Armistício, que aconteceu em Novembro desse ano, passou para a 2ª Companhia do Batalhão de Infantaria nº 14. Embarcou no S.S. Nenominée, da Star Lines, a 11 de Abril de 1919, tendo chegado a Lisboa quatro dias mais tarde. De acordo com o neto, Francisco Villa-Lobos, quando regressou à Pátria verificou que todos os seus pertences tinham sido vendidos por ordem dos seus depositários, que nunca imaginaram que ele regressasse da guerra. Durante alguns dias, a farda foi o seu único bem pessoal. Teve que substituir os botões e arrancar as divisas da Arma de Infantaria, uma vez que, após a guerra, era proibido usar o uniforme militar na rua.
Ainda segundo o neto, que herdou o nome do avô paterno, Francisco casou com a namorada, Sara, e teve três filhos: dois rapazes e uma rapariga. Devido à inalação de gás mostarda, enquanto combateu na Flandres, o seu estado de saúde foi-se debilitando com o passar dos anos. Francisco do Carmo Laboreiro de Villa-Lobos acabaria por morrer em 1933. Está sepultado na cripta do talhão dos Combatentes da Grande Guerra do Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
Comentários