O caça-minas Roberto Ivens, juntamente com o patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho, afundado a 14 de Outubro de 1918 entre a Madeira e os Açores pelo submarino alemão U 139, constituem as duas únicas perdas de navios de guerra da Armada Portuguesa durante a Primeira Grande Guerra.
Em ambos os casos os afundamentos exaltaram a opinião pública em Portugal. No primeiro, a traiçoeira explosão de uma mina ao largo de Lisboa, no segundo, um combate desigual com um inimigo superiormente armado. A Marinha de Guerra perdeu assim dois navios e 23 homens, nos dois episódios que se tornaram os mais célebres do envolvimento português na guerra no mar.
Legenda: Mapa alemão da costa de Portugal
Consultando fontes militares portuguesas e alemãs, procura-se agora verificar se de facto o afundamento do caça-minas Roberto Ivens se deu nas circunstâncias descritas pelos relatórios oficiais.
A eventual localização do seu destroço, numa posição distinta daquela que foi apontada em 1917 e mantida até hoje, poderá abrir uma nova discussão acerca de como a Marinha geriu o seu desempenho perante a opinião pública e, simultaneamente, lançar um novo olhar sobre a real dimensão da ameaça submarina alemã em águas territoriais portuguesas.
Articulando a consulta de fontes primárias em arquivos nacionais e estrangeiros, com investigação não interventiva no terreno, neste caso em ambiente subaquático, o IHC procura conhecer a verdadeira história do afundamento do Roberto Ivens e ao mesmo tempo contribuir para localizar, identificar e valorizar o Património Cultural Subaquático em águas nacionais.
Legenda: Ilustração Portuguesa de 6 de Agosto de 1917 – Notícia sobre o afundamento do Roberto Ivens
Cite como: Paulo Costa, "O caça-minas Roberto Ivens", A Guerra de 1914 - 1918, www.portugal1914.org
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