António Maria Marcelino fez parte da Circunscrição do Sul da Guarda Fiscal em 1904 e prestou serviços na Guarda Cívica de Lourenço Marques em 1911. Em 1914 fez parte das operações contra rebeldes armados nos territórios de Moçambique. 

Reinaldo Rodrigues Porto fez parte do Corpo Expedicionário Português (C.E.P) em 1917. Em 1919, depois de ter regressado ao país, é integrado na Guarda Nacional Republicana (GNR) e em 1922 passa ao Batalhão nº1 (1ª Companhia) da Guarda Fiscal. 

Luís Jerónimo tem imenso orgulho na pesquisa que faz sobre o seu avô. Pesquisa que o levou a uma intensa procura sobre tudo o que conseguia encontrar sobre António Dias, militar do CEP, combatente do 9 de Abril de 1918 e prisioneiro dos Alemães. “Nas garras da Kultur” seria o título da obra que depois escreveria, muito difícil de encontrar, e sobejamente procurada pelo seu neto. Recordamos agora António Dias, através das palavras do seu cunhado, e com a clara esperança de que seu neto descubra mais informações e dados que nos ajudem a clarificar a vida deste honrado combatente português da Grande Guerra. 

Joaquim de Sousa Pinto foi destacado para fazer parte das forças em operações na província de Angola (1915) e fez parte do Corpo Expedicionário Português (C.E.P). Mais tarde, depois de ter estado presente em dois teatros de guerra (Angola e França), regressa ao país e integra o Batalhão nº1 da Guarda Fiscal. 

António Alves Lameiro desapareceu em combate e foi prisioneiro de guerra na Alemanha em 1918. No ano seguinte, regressa ao país e passa ao Batalhão nº2 da Guarda Nacional Republicana (G.N.R). Continua a exercer funções dentro da G.N.R até passar à situação de reforma, em 1949. Morre a 22 de Março de 1959. 

António Coelho fez parte do Corpo Expedicionário Português (C.E.P) e da Companhia de Projectores nº143. Foi punido diversas vezes, até ao término da guerra, por não cumprir as ordens da sua companhia. Mais tarde, depois de ter regressado ao país, integra o Batalhão nº2 da Guarda Fiscal (3ª Companhia). 

António Manuel Palmeiro fez parte do Corpo Expedicionário Português (C.E.P) e da Companhia de Saúde. Baixa ao Hospital em 1918 e, no ano seguinte, regressa ao país e integra o Batalhão nº1 da Guarda Fiscal (4ª e 5ª Companhia). 

José Vicente Gomes fez parte do Corpo Expedicionário Português (C.E.P) e foi feito prisioneiro de guerra na Batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918. No ano seguinte, regressa ao país e integra no Batalhão nº1 da Guarda Fiscal. 

De Eurico Cunha Barbeitos da Silva pouco se sabe. Chegou até nós nos Dias da Memória, trazido por Victor Neto, em meio a um enorme espólio, mas sem memórias. A curiosidade levou-nos a procurar saber mais acerca deste homem que, em pé, se faz acompanhar de outros camaradas convalescentes de guerra em Ambleteuse. E uma legenda que diz que faziam parte do sacrificado e infeliz R.I. 7. Quem era Eurico? Como teria adoecido. Esta é a história de um homem, um gaseado, e um convalescente desconhecido até agora, um soldado da Grande Guerra. 

João Maltez sempre ouviu rumores e pequenas referências familiares que mencionavam que o seu bisavô, de seu nome José Augusto da Rocha, tinha sido combatente da Grande Guerra. Como em tantas famílias portuguesas, ou por ser um tema difícil ou pelo tempo já passado, não se falava muito no assunto, o que deixou João Maltez intrigado e ainda mais curioso, mas sem dados que pudesse usar para corroborar as suas desconfianças. Este é o resultado do seu processo de descoberta sobre a vida do seu bisavô. Uma viagem pessoal que levou João Maltez a descobrir um pouco mais sobre outra viagem, feita há quase 100 anos, de um jovem rapaz português rumo às terras distantes de França. 

Maria Madalena Dias Marques Contente veio aos Dias da Memória na Assembleia da República com o claro desejo de recordar o seu avô materno, Francisco Dias Júnior, ao qual ouviu, enquanto criança, as histórias que o mesmo contava sobre a sua ida a uma antiga guerra, já longínqua, soando a aventura e desconhecido. Com o avançar da entrevista, viria a referir que Francisco não foi à guerra sozinho. Na sua família também o irmão António foi enviado para combater na grande conflagração mundial. Esta é a história e a memória das suas próprias memórias de infância.

Ao constatar que iria ter lugar na Assembleia da República um Collection Day dedicado à Grande Guerra, ao jeito dos que a Europeana 14 – 18 organizava em outras grandes capitais europeias, Jonathan Weightman não teve dúvidas sobre o que deveria fazer. Agarrou nos papéis onde tinha já descoberto informação sobre o seu avô materno, nas fotografias em que o podemos ver fardado e na companhia dos seus camaradas, e veio até nós, para poder contar a história deste oficial escocês que foi um dos elementos de ligação entre o British Expedicionary Force e o CEP. Tal papel levou-o a conviver com os soldados portugueses – e a guardar fortes recordações para o resto da sua vida.

Maria Anália Rosário Gomes veio aos Dias da Memória falar de Francisco Lopes Parreira, combatente na Primeira Guerra Mundial. Tendo descoberto esta iniciativa através do seu filho, dirigiu-se à Assembleia da República para evocar o avô materno, do qual se recorda desde tenra idade, não só pelo afecto que lhe tinha, mas igualmente pelas histórias que ele contava. Decidida a que não caísse no esquecimento, trouxe até ao nosso projecto uma cópia do seu cartão de sócio da Liga dos Combatentes, obtido através do núcleo da Liga em Santarém, pois não possui o seu original. Mas ainda tem esperança de encontrá-lo. E, vindo até nós, permitiu-nos assim que registássemos as suas memórias, que se mesclam com as pertencentes a Francisco, bem como com a própria memória colectiva que Portugal ainda tem da Grande Guerra.

Hugo Daniel Oliveira necessitava de ajuda na pesquisa que fazia sobre o seu bisavô. Recorrendo ao nosso Memórias da Primeira Guerra Mundial, no Facebook, pudemos ajudá-lo a descobrir a ficha individual do combatente Joaquim de Oliveira, que sabia ter estado em França nos anos da participação portuguesa na Grande Guerra. Dele, uma fotografia. A qual podemos agora contextualizar, pois descobrimos e compreendemos melhor, com a informação obtida em arquivo, os passos dados na Frente Ocidental por este chauffeur da Grande Guerra.

A mãe de Ângelo Queiroz da Fonseca faleceu em 2013 com 102 anos, idade que lhe permitiu recordar, durante largos e bons anos, a vida e a história do seu pai, Evaristo Augusto Duarte Geral, que esteve em África e em França durante a Grande Guerra. Em memória de ambos, Ângelo trouxe aos Dias da Memória na Assembleia da República o que sabia deste médico-militar, que de África viria para Portugal, para fazer parte do Serviço de Saúde do Corpo Expedicionário Português. E trazia ainda consigo a esperança de poder saber um pouco mais, imbuído do espírito de partilha que tanto procuramos nos Dias da Memória. Esta é, pois, a sua história e a de seu avô materno. 

Seu irmão faleceu a 9 de Abril de 1918, marcando para sempre a história familiar com aquele dia fatídico. Para José Diogo da Fonseca Guerreiro, participar na Grande Guerra simbolizaria igualmente encetar um caminho repleto de dor e sofrimento. A sua sobrinha, Maria Eduarda, acompanhada da nora, Rosarinho Rodrigues, decidiu visitar-nos nos Dias da Memória na Assembleia da República. Com ela trazia várias histórias de família e, entre elas, a de José Diogo, ou a memória de um médico que nunca falou na guerra. 

África, mais propriamente Moçambique, é o palco da história que agora trazemos, e que recorda o avô de Maria Fernanda Dias de Azeredo Bettencourt. Combatente na zona de Quionga durante a Grande Guerra, Eduardo Augusto Sousa Dias viria a falecer demasiado novo para deixar histórias aos seus filhos pequenos. Contudo, através de algumas anotações e fotografias, conseguimos agora recordar um militar de carreira, louvado pelo seu trabalho na Frente Africana. 

Por intermédio de um contacto efectuado pela Divisão de Cultura, Património e Museus da Câmara Municipal de Tavira, chegou ao nosso projecto a história de um neto de um combatente, Rui Reis, que, orgulhoso do percurso do seu avô na Grande Guerra, gostaria de partilhar connosco a sua história e memória. Partilhar com a nossa equipa é partilhar com todos os que nos lêem e sentem empatia pela procura de conhecimento que efectuamos dia-a-dia. E assim nos chegou a história da presença em França de Armando Cardoso dos Reis. Ali esteve entre 1917 e 1919, ali casou e dali retornou para uma vida cheia, dividida entre os meandros militares e os civis. Esta é a memória da sua presença no conflito.

Deodato Martins fez-nos chegar a história que escreveu sobre a vida do seu avô, Américo Teixeira Martins, que esteve em África e em França aquando da Primeira Guerra Mundial, e onde serviu o seu país, de forma louvável. Ferido em finais de 1917, regressaria a Portugal depois da batalha de La Lys, e retomaria a sua vida, apesar dos problemas de saúde e das lembranças. Tornar-se-ia um industrial proeminente e de sucesso, sendo responsável pela criação da Metalúrgica Longra. Orgulhosa do seu papel, da sua vida e das suas memórias, a família recorda agora a sua presença nos dois teatros de operações, recordando a ida de Américo Teixeira Martins à Grande Guerra. 

Quadras e memórias vagas, que chegaram a Sofia Alexandra Pinheiro de Almeida, através de sua mãe, foram das poucas lembranças que restaram dos irmãos Custódio e Eduardo e das suas vidas, durante e depois da Grande Guerra. Descontente com o pouco que sabia, Sofia empreendeu uma viagem de procura de conhecimento que a levaria a vasculhar arquivos e consultar livros de recenseamento, com um único objectivo: o do autoconhecimento, por forma a saber mais destes seus familiares e compreender a história familiar, que sempre lhe pareceu demasiado vaga e desprovida de pormenores.

Já aqui contámos alguns pormenores menos conhecidos relacionados com a riquíssima vida (e memória) do Contra-Almirante Leote do Rego, que nos foram amavelmente relatados por seu neto, Luís Leote. Agora, com a ajuda dele, bem como dos objectos que nos trouxe, das fichas de combatente que obtivemos no Arquivo Histórico Militar, e seguindo o mote de uma fotografia familiar, colectiva, que nos cedeu, vamos recordar os dois filhos do Contra-Almirante, porque enquanto este ficava em Portugal, cumprindo o seu dever, ambos seguiram para França, para combater pela pátria da Igualdade, Liberdade e Fraternidade.

Maria da Conceição Pires Coelho, filha do médico Tito Pires Coelho, trouxe aos Dias da Memória a história de seu pai, que serviu no Front, na zona portuguesa, durante a Grande Guerra. Dos pormenores mais difíceis e dolorosos, às deliciosas histórias que incluem hábitos alimentares alterados pela guerra, de tudo nos contou, com alegria e jovialidade, recordando o seu amado pai, importante personagem na vida de São Miguel, Açores, onde este revolucionou as práticas médicas e onde exerceria quase toda a sua vida do pós- guerra.

O jovem Alberto d’Assumpção, embarcado na marinha mercante, participou em diversas acções de abastecimento de tropas portuguesas e britânicas durante a Guerra Grande, algo que o deixou para sempre muito orgulhoso. Também durante o conflito lhe foi entregue um capacete, sobre o qual a sua neta, Ana Paula Assunção, nos deixou algumas pistas.

Francisco José Baltasar partiu com o irmão de Beja para França, para combater na Primeira Guerra. As poucas memórias que o neto José Baltasar Aurélio guarda dele são importantes por nos darem conta de diferentes momentos que compunham a vida de um soldado nas trincheiras. A participação na batalha de La Lys fá-lo-ia ver os ingleses com maus olhos.

Rui Moura soube dos Dias da Memória na Assembleia da República e não quis deixar de partilhar connosco um pouco do percurso do seu avô, na Moçambique da Grande Guerra. Esse palco onde Portugal se encontrava já numa beligerância algo velada em 1914, e que continua ainda hoje muito esquecido dos portugueses.